Kaguya-sama: Love is War Review - Narração (plim)


Normalmente eu colocaria o título original da obra aqui, só que o nome é tão porrudo (Kaguya-sama wa Kokurasetai: Tensai-tachi no Renai Zunousen) que fiz uma exceção, por isso utilizarei o título original em inglês que, a propósito, define muito bem o show em poucas palavras. Enfim, Kaguya-sama: Love is War é um anime que comecei com o pé atrás por puro e simples preconceito, originado pelo desgosto em acompanhar uma história de adolescentes estudantes super inteligentes, talentosos e "perfeitos" que realizam disputas psicológicas entre si através de jogos mentais, desafios, enigmas e situações cotidianas convenientes (ou inconvenientes, dependendo do ponto de vista de cada personagem) com o objetivo de fazer o adversário declarar o amor que sente pelo outro. É realmente bobo e, talvez para alguns, irritante ou incômodo, porém decidi continuar acompanhando, porque o primeiro episódio teve uma boa apresentação por parte da produção, a série em poucos capítulos demonstrou ter um genuíno clima reconfortante que tornava o ato de assistir minimamente agradável e grande parte dos problemas pessoais que havia tido no começo começaram a desaparecer...

Antes de aprofundar-me neste último ponto, esclarecerei melhor minhas complicações primordiais que tive com a obra, destacar as imperfeições que restaram e então falar sobre o que foi consertado, assim como os méritos que o show conquistou ao longo da exibição. Peço perdão por não tê-lo cobrido na minha análise de Impressões Iniciais dos Animes da Temporada de Inverno 2019, pois comecei a acompanhá-lo após ter escrito aquele post. Sem mais delongas, desejo uma boa leitura. :)


Problemas momentâneos e crônicos

A proposta da obra realmente não me atraiu muito, em parte por conta dos personagens, mas isto é algo que quero falar separadamente por cobrir muita coisa. A outra parte está relacionada com o fato de ser uma trama sobre batalhas "sem batalhas" em um slice of life com romance bobo. O curioso é que a obra tem noção disto, e com um propósito narrativo ainda por cima, e, assim que eu soube que o responsáveis pela produção tinham total ciência de tal aspecto, minha visão acabou mudando. A propósito, tudo o que abordarei neste parágrafo tem um propósito narrativo responsável por estabelecer uma coesão temática mais forte e que foi ficando claro para mim aos poucos enquanto acompanhava os episódios semanais, contudo foi uma escolha arriscada, pois a série trabalha com decisões que a primeira vista podem afastar pessoas por passar uma má impressão, como quase ocorreu comigo, e é justamente isso que quero dizer com "Problemas momentâneos". Enfim, continuando... Sobre os personagens, foi outro fator que quase me afastou do anime, por causa deles terem sido apresentados como alunos ultra talentosos e "perfeitos", como dito anteriormente, todavia essa não é a verdade e não demora muito para descobrirmos que todos são cheio de defeitos e em posse de diversas característica imperfeitas, entretanto apresentá-los como pessoas intocáveis novamente é outro ponto de importância para o tema (relaxem, entrarei em detalhes no tópico seguinte). E por fim, a última coisa que me incomodou no começo foi a presença massiva do narrador. Sou o tipo de expectador que tem preferência pelos títulos que optam por simplesmente mostrar a história e não contá-la, isto é, que reproduzem um enredo usufruindo de recursos audiovisuais e não apegando-se tanto aos recursos de roteiro infames que podem deixar diversos trechos redundantes ou com a subjetividade limitada, algo que leva ao maniqueísmo no pior dos casos, por expor mensagens explicitamente. Além disso é escrita flácida, preguiçosa e, dependendo do trabalho, pode acabar sendo um insulto (intencional ou não) ao potencial da indústria da 7ª e 9ª Artes. Mas é claro que nem toda narração é maligna e ela pode sim ser usada de forma conveniente e inteligente, como em Forrest Gump onde o personagem narra uma coisa e na realidade ocorreu outra por ter uma visão de mundo um tanto quanto diferenciada, ou expandir o tema e deixá-lo mais coeso com o resto da composição, que é o caso de Kaguya-sama. BTW, se estiverem interessados no assunto, está aqui um vídeo sobre~

Agora sobre problemas reais e que, curiosamente, só apareceram na reta final. Bem, são dois no total e ambos envolvem spoilers. Um deles posso argumentar em cima sem revelar nada sensível, mas o outro irei colocar um aviso de início e término para não prejudicar a experiência de quem ainda não viu o anime, porque realmente é um elemento que por si só já diz muita coisa. Deixando isso claro, darei continuidade ao assunto. Pessoalmente não gostei dos episódios sérios e levemente dramáticos sobre o estilo de vida de "ojou-sama" controlada pela família de modo desagradável da Kaguya, embora contribuem para enriquecer melhor a construção da personagem na trama, isto meio que quebrou o ritmo extravagante e aconchegante previamente estabelecido. A respeito do final... [INÍCIO DOS SPOILERS]Foi realmente decepcionante como esse cour finalizou da mesma maneira que começou, quero dizer, tudo ficou normalizado, apesar dos personagens se conhecerem melhor agora e tals, nada mudou de forma drástica, as novidades tiveram impacto mínimo. O casal continua se enfrentando através de jogos mentais divertidos, o que é bom, eu gosto desse clima e gera cenas divertidíssimas, porém não houve qualquer sensação de grande progresso no enredo e eu esperava pelo menos um pouco disso após passar pelo arco da Kaguya... É um problema similar ao que tive com Gekkan Shoujo Nozaki-kun, o anime termina e a relação da Sakura e do Nozaki não avançam em nada, continuam amigos e a menina ainda mostrou-se incapaz de revelar o amor que sente pelo colega! Não me entendam mal, adoro Gekkan Shoujo Nozaki-kun, é um anime bem produzido, bastante engraçado, que me deixa com vontade de re-assisti-lo múltiplas vezes e com um excelente elenco ao ponto de me fazer gostar de todos os personagens, algo extremamente raro de acontecer e que só ocorreu novamente comigo com Non Non Biyori, contudo não deixa de ser uma imperfeição presente na obra. E como pode ser notado, não é uma falha grave ao ponto de prejudicar a experiência em larga escala e Kaguya-sama: Love is War não é exceção disso. [FIM DOS SPOILERS]Sendo assim, pode-se dizer que os problemas reais são incômodos e frustrantes, no entanto toleráveis.


Essa imagem ilustra o início e começo do anime...

Problemas solucionados

A premissa de um casal claramente apaixonado que realiza pequenos desafios entre si me lembrou de um anime chamado Karakai Jouzu no Takagi-san, que inclusive está tendo sua continuação exibida na atual Temporada de Verão, aliás trarei as impressões inciais dos novos títulos em breve, fiquem ligados!! Continuando... Nesse slice of life é mostrado o cotidiano de Nishikata, um garoto que tenta constantemente envergonhar sua colega Takagi, sendo que o primeiro sempre falha e a segunda sempre ganha, seguindo bastante a fórmula de desenhos animados como Tom & Jerry, só que com um humor bem leve, realista e comum de se ver em animes do gênero. Embora seja agradável de assistir semanalmente, a obra possui um problema quanto à previsibilidade: como ele segue essa fórmula padronizada, os capítulos tornam-se previsíveis e repetitivos, há algumas exceções onde os twists e as conclusões dos desafios compensam os resultados esperados, contudo nem sempre é assim, o que tornaria o anime extremamente massante se o casal não posse tão adorável. A boa notícia é que Kaguya-sama é um Karakai Jouzu no Takagi-san evoluído! Digo, o show trabalha com um conceito similar, entretanto não o executa em cima de um modelo unilateral, fator este que contribui para tornar os confrontos mais interessantes, envolventes, cheios de suspense e nem um pouco entediantes, pois há um clima maior de incerteza, já que nem sempre Shirogane irá ganhar, o mesmo vale pra Kaguya, assim como nem sempre haverão vencedores ou perdedores, podendo ter empates e derrota para ambos!! A série massacra a parede da previsibilidade e toma todos os cuidados para que cada confronto/jogo mental/situação pareça novo, atraente e instigante. O mais curioso é que os cenários, ao contrário do que eu pensava que iria ser, abordam uma conjuntura que soa estranha e louca a primeira vista, mas que ao mesmo tempo é perfeitamente crível para uma confissão de amor, dentre elas pode-se destacar chuva forte e compartilhamento de guarda-chuva, troca de mensagens por meio de redes sociais, discussões sobre assuntos que levam a indícios de flerte, etc.. Estes ambientes desafiam as capacidades intelectuais e o grande orgulho dos dois personagens sobre pressão, e fica melhor quando elementos do caos envolvem-se nos combates, isto é, me refiro aos personagens secundários, o que nos leva ao segundo parágrafo deste tópico.

Um dos aspectos que eu pensava que não iria gostar, porém que acabou sendo um dos que mais curti, consiste nos personagens. Eles inicialmente se mostram como figuras difíceis de conquistar simpatia ou identificação coletiva e até seguem alguns tropes típicos da indústria - embora o uso de um deles aqui seja interessante por envolver a pergunta "como seria se dois tsunderes se apaixonassem", todavia logo fica claro que isto será desconstruído, porque os sujeitos não atendem 100% dos requisitos de um estereótipo e demonstram peculiaridades específicas que os tornam bem singulares. Kaguya é talentosa, inteligente, tem notas altas, vem de uma família rica e tem tudo para ser a tradicional personagem feminina soberba, arrogante e rabugenta que esconde sua paixão com desprezo, grosseria e insultos, só que ela não é nada disso. A heroína é equilibrada e tranquila, entretanto possui um lado fofo e inocente, que é fortalecido quando é revelado que a mesma desconhecia o procedimento para engravidar (ignorante quanto ao assunto sexo, no sentido de acasalamento), ainda acreditando na história da cegonha, além disso também possui um lado assustador e intimidador que a faz parecer mais próxima de uma yandere do que uma tsundere em certos momentos, apesar dessa característica ser mais voltada para comédia, especialmente nas cenas com o Ishigami. Já Shirogane é um estudante transferido de alguma escola desconhecida, presidente do conselho estudantil e um rapaz muito inteligente, mas vem de uma família sem grandes privilégios, diferente de seu par. O protagonista passa uma imagem de alguém altamente capaz e com um ótimo senso de liderança, no entanto em muitos de seus monólogos vemos o quanto é neurótico em encarar qualquer situação boba como um risco à sua reputação que pode gerar provocações ou desprezos da Kaguya e, incrivelmente, às vezes ele até tem razão. Individualmente ambos mostram-se apenas como personagens interessantes e nada mais, porém a química entre eles, assim como suas interações, os tornam especiais e atraentes, ou seja, um completa o outro. Melhor que isso são os personagens secundários que também possuem seus vários momentos de brilhar e histórias dedicadas somente a eles. Dentre essas figuras, as duas que mais se destacam é a Chika, uma garota ultra fofa, adorável e filha de um político, e Ishigami, um sujeito com um visual similar ao de um emo e de fato o mesmo é bastante melancólico, pessimista e assustado. Este último é o tesoureiro do conselho estudantil e confesso que a princípio não curti muito a presença dele no show, ainda mais pela sua primeira aparição ser meio tardia, só que o personagem oferece uma nova perspectiva para o enredo, porque sua personalidade honesta e sincera abre as portas para que os personagens tenham uma melhor interação entre si e criem vínculos mais fortes, sem contar que gera cenas e diálogos hilários! Há também a empregada de Kaguya, contudo esta mais se parece como uma figurante na maior parte do tempo, o mesmo é possível dizer da irmã do Shirogane, embora eu não tenha conseguido me importar nem um pouco com ela... Em resumo, Chika contribui para que as batalhas fiquem mais emocionantes e imprevisíveis, enquanto Ishigami é o agente responsável por reforçar os laços dos personagens e estabelecer cenários para uma melhor interatividade. São personagens tão bons e tão curiosos que acabei curtindo-os mais que os personagens principais! Se houver um spin-off da franquia, espero que seja focado nesses dois!!

Quanto aos detalhes da narração, gostaria de fazer um levantamento deles e argumentar sobre os pontos positivos e negativos que apresentam. Primeiramente, a participação do narrador é massiva e ele expõe detalhes em excesso, o que às vezes é incômodo por tirar momentos dos personagens como toda essa expositividade, já que esses detalhes ou ficam redundantes por descreverem algo que ocorreu/ocorrerá ou tira momentos que poderiam ser preenchidos com personagens revelando naturalmente essas informações, contudo essa decisão também é ideal para explicar e aprofundar certos pontos que precisam de um apoio para serem expostos aos expectadores apropriadamente, sem contar que contribuem para tornar os conflitos mais escandalosos! Até aqui está empatado, entretanto o que desempatará e garantirá a vitória da impressão positiva da narração é o propósito narrativo. O fato do narrador contar a história realizando uma exagerada, animada e dramática performance dá uma certa sensação de que o mesmo assemelha-se a um narrador de esportes olímpicos, o que faz sentido levando em consideração o quão intensa e grandiosa é a visão dos protagonistas dos duelos que travam entre si, além da própria direção exótica que exibe diversos quadros com artes levemente surreais e abstratas que ilustram de forma simbólica o estado emocional dos personagens. Ao ligar os pontos, tudo começa a fazer sentido. Sua narrativa satírica e produção extravagante ao serem colocadas lado a lado com a trama, que é uma história de amor e romance entre dois adolescentes, é possível notar que a obra tenta representar a visão de mundo dramática que eles tem em cima de coisas banais ou cotidianas da vida escolar. Entre outras palavras, Kaguya-sama: Love is War sacaneia o modo como jovens sempre enxergam suas vidas tranquilas (do nosso ponto de vista) exageradamente. Esse foi o aspecto que mais me fascinou na obra, fora os personagens, os jogos mentais bem feitos e as situações divertidíssimas.


MEGA BEST GIRL!!!

Grandes conquistas

Dentre as melhores coisas que Kaguya-sama: Love is War pode oferecer é a comédia. Ela é simplesmente brilhante! Consiste de piadas visuais (humor físico ou gags, animações dos modelos e truques cinematográficos) e diálogos. Quanto às conversas não há muito o que dizer, pois consistem do modelo padrão de Setup & Punchline e brincadeiras recorrentes ou bordões que são usufruídos com ótimas variações. Funciona bem, mas só é bastante efetivo por estar unido a um certo aspecto da direção que envolve um conjunto de fatores responsáveis por torná-la ousada, exótica e louca: efeitos sonoros adequados, narração escandalosa (já disse o bastante sobre, não é?!), performance de dublagem congruente, filtros e pequenos efeitos visuais estrondosos, planos e fotografias que enfatizam o drama/suspense proposital e ridiculamente exagerado, transições e cortes complicados ou tematizados, etc.. As gags não são tão presentes assim, porém atingem o seu propósito, pelas razões ditas anteriormente que cobrem a direção. O mesmo pode ser aplicado para um dos elementos que realmente arrancou um monte de gargalhadas minhas durante a experiência e consiste nos gestos, ações e comportamentos dos personagens diante de situações complicadas ou com uma apresentação pra lá de extravagante. O anime reserva diversos momentos para desfrutarmos das mais variadas caretas, expressões e posturas hilárias que são representadas em uma performance minimalista! Esse foi um ponto que me lembrou um pouco de Chuck Jones (animador de vários curtas animados dos Looney Tunes), porque personagens em vários trechos eram animados expondo ações e hábitos condizentes com suas respectivas personalidades de um jeito claramente anormal, só que impondo limites para não ser desproporcionalmente exorbitante, do contrário o humor iria para o lado extremo do absurdismo ou, quem sabe, do surrealismo, como Gintama por exemplo. Não que este último seja ruim, na verdade é genial no que faz, todavia é um estilo diferente que Kaguya-sama construiu, um estilo com edições, filtros, fotografias, cortes, transições e planos exuberantes, mas que não deixa de ser "pé no chão" quando trabalha com cenas convencionais, o que tornam as partes cômicas simbólicas, isto é, uma representação da visão distorcida dos jovens. Posso ter passado dos limites ao citar Looney Tunes, no entanto é uma boa referência quando se trata de representar as emoções dos personagens, afinal animações cartunescas ou cômicas seguem os mesmos princípios, direta ou indiretamente, e Kaguya-sama: Love is War não é exceção, o show apenas refinou o processo para criar uma identidade própria. O resultado desso tudo?! Uma cacetada de cenas em que dava no mínimo uma leve risada apenas de ver personagens "atuando", é possível até rir da Kaguya correndo atrás do Ishigami com uma cara de poker face e correndo feito o Tom Cruise.

A respeito do sistema de narrativa e batalhas: ambos quesitos conseguem oferecer uma ótima dose de diversão viciante, com um feeling que instiga o público a querer continuar assistindo os capítulos seguintes!! As batalhas seguem o mesmo padrão quando se trata de ponto de partida e base/ringue de combate. Ambos protagonistas são colocados diante de uma situação de risco para seus orgulhos ou participam de jogos mentais provocativos. Não importa qual cenário seja, haverá garantia de boas disputas intelectuais que, além de entreter e empolgar, provam o quão mentalmente capazes são esses personagens!!! Os episódios são segmentados em três partes, o que é uma excelente escolha que contribui para não tornar as disputas tão cansativas e prolongadas. De modo geral, sete minutos é tempo perfeito para as partidas começarem, se desenvolverem e concluírem adequadamente sem parecerem apressadas demais ou estendidas mais que o necessário, desde que seja bem aproveitado por uma produção competente, que é o caso aqui. A série é visualmente deslumbrante e altamente competente em todos os parâmetros cruciais para a formação de uma arte memorável, charmosa e bela. Os traços são agradáveis, nada de inovador ou espantoso, porém o design de cada personagem é único. É fácil distingui-los por conta de cada um deles consistir de alguma singularidade e até figurantes conseguem esbanjar bastante personalidade apenas com sua aparência. Os cenários de background são competentes e aconchegantes, não contrastam com o modelo dos personagens e conseguem passar a sensação de que pertencem àquele ambiente. Como é um anime de comédia e com um clima "pé no chão" não há tanto espaço para cenas com movimento, digo, tirando às cenas de delírio de jogos mentais e outros momentos similares. Portanto não tem muito o que comentar sobre, visto que é bem estático, embora seja ótimo em executar cenas do tipo quando necessário. Quanto a produção e direção acredito que já disse o bastante no parágrafo anterior, no entanto gostaria de declarar que desejo ver mais animes com um visual atraente e charmoso desse jeito, não apenas no quesito fluidez, consistência, character design e cenário, mas adoraria acompanhar também uma direção que foge dos padrões convencionais e opta por entregar ou tentar construir uma identidade de exibição bem característica e estilosa. A dublagem é ótima, a voz de cada seiyuu combina com seu respectivo personagem e ajuda no fortalecimento da personalidade deles. O desempenho desses profissionais foi tão bom que houve cenas em que dei altas risadas apenas pelo modo como os dubladores interpretaram essas figuras, realmente magnífico. E por último, mas não menos importante, as endings são LINDÍSSIMAS E ADORÁVEIS, dando destaque para essa aí embaixo da Chika!!!!!


Conclusão

Kaguya-sama: Love is War é um título impressionante! É visualmente bonito e caprichado, divertido, criativo, engraçado, empolgante, tem um excelente elenco de personagens, uma direção espetacular, expõe uma forte coesão temática que é reforçada constantemente em todos os seus parâmetros de produção e consegue agregar muito bem todos os detalhes presentes na narrativa com o intuito de, novamente, encaixá-los na proposta central, o que faz deste show mais do que uma boa comédia, mas um trabalho que possui algo de especial, sério e condizente a dizer, por mais besta e excêntrica que seja a forma escolhida para fazer isso. Não é perfeito, possui algumas falhas que se concentram nos momentos finais e o arco sério focado num dos personagens quebrou um pouco o clima previamente instalado, sem contar que é bem desnecessário, não era preciso alterar o humor para transmitir uma mensagem que busca ser encarada de forma franca, o próprio show prova essa tese no resto de sua composição. No entanto essas imperfeições são inofensivas, quero dizer, são toleráveis e não prejudicam tanto a experiência. Em resumo, Kaguya-sama prova que até a mais estranha das comédias é capaz de demonstrar substância no meio de suas maluquices muito bem planejadas. Recomendo para todos que desejam apreciar uma comédia inteligentemente bizarra e com padrões de exibição lidamente singulares.

Comentários