Haiyore! Nyaruko-san Review - Boa Ideia, Péssima Execução


A mais ou menos um ano atrás finalizei as duas temporadas de um anime chamado Haiyore! Nyaruko-san. Eu o conheci graças a um compilado de cenas da série que faziam referências a JoJo no Kimyou na Bouken no YouTube e por conta disso, junto do fato de eu ter achado o visual dele bem bonito, achei que poderia me divertir assistindo-o e ver aquele típico anime de comédia japonesa, contendo piadas retardadas, referências malucas, bizarrices expostas através de Deus Ex Machina e os típicos personagens de comédia manzai, ou seja, tudo aquilo que adoro. Mas... No fim vi que não era um anime bom! Sendo sincero, é bem medíocre, repetitivo, quase sem carisma e com uma péssima direção para uma obra do tipo. Porém o que mais me surpreendeu é que a série apresentou praticamente tudo aquilo que eu queria ver e mesmo assim falhou. Após algumas breves reflexões e análises, não demorou tanto para descobrir que as falhas não se encontravam dentro do que o anime fez e sim COMO o anime UTILIZOU o que fez. Meus amigos, logo abaixo encontrarão uma análise de um anime de comédia fraco e aprenderão um pouco também sobre como fazer (ou como NÃO fazer) uma comédia nesse estilo. Desejo uma boa leitura a todos! :)

Sinopse

Mahiro Yasaka é um garoto normal do ensino médio que está sendo perseguido por um estranho alienígena negro numa noite, até que Nyaruko, uma divindade do caos sem forma dos contos de H. P. Lovecraft (Nyarlathotep) que pode assumir a forma de uma garota aparentemente comum de cabelos grisalhos, o salva. Ela explica que as criaturas das obras de Lovecraft são na verdade raças de alienígenas, a mesma foi enviada à Terra pela Agência de Defesa Espacial para protegê-lo de ser sequestrado por um traficante estrangeiro e também que os aliens acham Mahiro e a Terra estranhamente atraentes, para entretenimento, leilão ou recursos. Apesar de Nyaruko estar protegendo Mahiro sob ordens superiores, a personagem confessa que é loucamente apaixonada por ele e por isso fica quase sempre de namorico ou tenta o beijar e até fazer sexo com o próprio, o que gera situações vergonhosas e irritantes (do ponto de vista dele)! No entanto Mahiro a mantém sobre controle, na maioria das vezes, dando ataques com garfos e os arremessando em direção à ela, algo que que é inexplicável e estranhamente efetivo. Com a formação desse cenário, um por um, os Great Old Ones entram na Terra ilegalmente e situações cada vez mais inusitadas vão ocorrendo no decorrer da história, como se a relação entre os personagens principais já não fosse inusitada o suficiente... 



Méritos

Primeiramente gostaria de comentar como a ideia inicial da série é simplesmente genial! Fazer uma bela zoeira com as criaturas dos contos de Lovecraft foi algo que me chamou a atenção assim que li a sinopse e a criatividade em cima desse elemento não parou por aí. O anime também conta com constantes referências à franquias de anime, mangás, light novels, jogos e outras otaquices, assim como características dessa indústria. E as piadas e sacadas feitas em cima disso tudo são inteligentíssimas, claro que, em grande parte, somente aqueles que possuem um conhecimento mais profundo das séries parodiadas irão entender completamente as brincadeiras feitas, porém ainda dá pra captar a intenção delas, tendo noção ou não dos detalhes. 

Os personagens possuem conceitos e características que se encaixam perfeitamente com a proposta, quase todos ao menos possuem um gosto, preferência, peculiaridade, hábito ou costume extravagante/exagerado/bizarro. Isso é importante, pois não só torna os personagens engraçados por si só, como também é uma boa maneira de torná-los mais singulares e consistentes, o que ajuda tanto a história quanto o público a respeitarem mais eles, porque os fazer agirem de acordo com suas personalidades, independente da situação em que se encontram, aumenta o poder de carisma dos mesmos, assim como a empatia que conquistam dos expectadores. Ainda sobre os personagens, gostaria de comentar sobre um ponto muito interessante que envolve a heroína e o protagonista do anime: ambos são respectivamente o "boke" e o "tsukkomi" do Manzai, um tradicional estilo de comédia do Japão. Para quem não sabe, o Manzai caracteriza-se pela atuação de dois personagens, estes chamados de boke, uma pessoa que fala uma coisa absurda e que não vai fazer sentido, e tsukkomi, a outra pessoa que corrige Boke com senso comum e geralmente agride o mesmo, só que de forma cômica. Afim de explicar isso melhor, utilizarei um exemplo e este é o seriado Chaves, que, apesar de não ser um show focado exclusivamente em Manzai, é algo próximo de um por ter diversas cenas construídas de uma maneira bastante similar. Pessoalmente adoro esse estilo de humor, porque geralmente apresentam diálogos divertidíssimos e mesmo sendo uma fórmula bastante padronizada, ainda consegue ser interessante por demonstrar que até duas pessoas bastante diferentes e que discordam constantemente uma da outra ainda possam ser amigas e se dar bem no fim, seja de um jeito convencional ou não.

Contudo, as parte boas acabam por aí. Enquanto o anime tinha tudo na mão para fazer um bom anime de comédia retardada, no fim acabou jogando tudo pela janela!!! E por motivos que provavelmente nunca irei compreender, pois até hoje não sei se foi tudo cagada da adaptação ou se a obra original é podre mesmo e a staff decidiu melhorar nada dela no anime ou até piorar o que já era ruim. Não importando as origens e causas das falhas, o resultado final acabou sendo um fiasco!


Outro ponto positivo: a Nyaruko é uma gatinha... Sacou? "Nya"... Onomatopeia para miado em japonês... He, he, he, he... MATEM-ME! 

Anatomia da obra e aniquilação das qualidades

Por se tratar de um anime de humor non-sense, as histórias giram em torno de absurdos e, não raramente, usufruem de recursos de roteiro infames propositalmente para caçoar de si mesmo. Portanto os episódios do show constantemente abordam tramas sobre sequestros e resgates, conspirações, batalhas, guerras, aventuras em lugares surreais dadas por missões (devido a Nyaruko, a heroína, ser uma agente da Agência de Defesa Espacial) e às vezes até o próprio cotidiano pacato do protagonista, Mahiro, sendo arruinado pelas loucuras dos idiotas que estão ao seu redor. E a progressão e o desenvolvimento da narrativa consistem de frequentes recursos de roteiro como Deus Ex Machina, referências à outras franquias, leves Quebras da Quarta Parede, entre outras coisas que, além de tornarem a experiência com enredo mais hilária e divertida, movem a história para algo ainda mais pirado e dão uma justificativa a mais para a constante aparição de insanidades ao longo dela. Até o momento nada de errado por aqui, afinal é basicamente assim que são a maioria das histórias de obras do tipo, mas é agora que o bicho pega... 

O anime já começa mostrando muitas maluquices nos primeiros episódios e nos seguintes o nível dessas loucuras se mantém quase o mesmo, ou seja, não aumenta tanto, o que não é algo tão grave a primeira vista, até olhar para a variedade delas, que nem sempre atendem às expectativas. Com o tempo elas começam a ficar comuns ao ponto de perderem seu propósito, que é surpreender e divertir. Séries similares geralmente apresentam uma variedade extensa de loucuras pra não ficarem enjoativas e ainda ajuda a parecerem imprevisíveis, o que é uma das melhores sensações que esse gênero pode proporcionar. Porém, como dito anteriormente, a variedade falha em seu propósito. Por conta disso, vários momentos naturalmente vão ficando cada vez mais normais e sem graça, ainda mais por alguns repetirem as mesmas piadas. Não me entendam errado, repetir piadas não é um problema por si só, na verdade piadas recorrentes podem ser um boa, desde que sempre tenham variações para que não percam a graça. Em Haiyore! Nyaruko-san ou as piadas tem variações irrelevantes ou nem sequer tem isso. Um perfeito exemplo são vilões cuja motivação é algo fútil relacionado à cultura otaku. Não muda praticamente NADA entre uma cena contendo a revelação do fato inusitado e outra, as reações dos heróis são as mesmas, assim como o modo de agir, falar e pensar dos vilões e nem sequer há comentários dizendo que já passaram por uma situação parecida antes ou qualquer merda do tipo!! Esses momentos dão mais é uma sensação forte de Déjà vu. Em contrapartida, a falta de variedade nas doideiras é o menor dos problemas, já que várias vezes o anime se mostra competente nessa parte, principalmente na segunda temporada. Mas continuaremos a falar sobre os erros...

Reutilizar piadas, até as que não são boas, inadequadamente é apenas um dos modos de como o anime mata sua comédia. Ele também não sabe levar pra frente suas piadas, isto é, desenvolvê-las apropriadamente e encaixá-las em um contexto adequado. Por exemplo, tem uma parte onde a Kuuko, uma das personagens principais, fala "Nós teremos um filho chamado Kuroko. Se ele for menino, jogará basquete, se for menina, irá para a Cidade Acadêmica." Ótima zoeira, certo?! Entretanto, a piada acaba por aí! Ela não é expandida para gerar piadas/falas melhores ou mais criativas, a reação dos personagens é muito sensata (sei que parece estranho, mas em animes desse jeito é um problema), eles não comentam sobre as séries referenciadas na fala de Kuuko e a piada só foi feita para aquele instante, tanto que poderia ser retirada da cena sem causar grande prejuízos ao resto do episódio. Se eu pudesse rescrever essa piada, ela ficaria mais ou menos assim:

Kuuko - Nós teremos um filho chamado Kuroko. Se ele for menino, jogará basquete, se for menina, irá para a Cidade Acadêmica.
Mãe do Mahiro - Isso é ótimo! Não importa o resultado, no fim ele será um bom usuário de teletransporte.
Mahiro - Ei!! Parem com essa merda!!! Vocês não tem o direito de decidir meu futuro desse jeito e nunca terei um filho com essa louca, muito menos se ele acabar sendo uma aberração que some do nada!!!!

Com o diálogo pronto (ou quase), ele poderia ser adicionado em um arco/episódio/momento focado em zoar uma das séries citadas na fala de Kuuko ou em caçoar personagens com habilidades parecidas. Ou simplesmente utilizar ao menos uma das declarações dos personagens presentes na conversa como uma peça fundamental para trama do ep e que pode vir a ser usado mais cedo ou mais tarde... As opções são extensas! Com isso em mente, é notável que o trabalho possivelmente foi feito às pressas e/ou com quase nenhum esforço ou noção do que seria o correto a se fazer nesse cenário. Mas se tem algo que destrói mesmo as piadas e momentos cômicos, é o Mahiro! Ele é de longe o personagem mais tedioso, irritante e infame da série. Esse moleque faz um péssimo papel de tsukkomi, pois esses personagens, em teoria, estragam as piadas, só que na prática melhoram elas por questionarem ações de personagens e outros eventos sem muita lógica com comentários e expressões (faciais e corporais) hilários. Shinpachi, de Gintama, é um bom exemplo de personagem tsukkomi, tem horas em que esse cara fica tão brabo e indignado com as idiotices dos outros que chega a enlouquecer e falar coisas de um jeito muito engraçado, é um personagem realmente divertido! Todavia não posso dizer o mesmo do Mahiro... Esse rabugento só reage às maluquices da mesma forma: reclama em voz alta, porém sem gritar, não diz nada engraçado, geralmente só pede pros malucos sossegarem e ainda não faz caretas ou assume posturas cômicas (que é algo que pretendo me aprofundar no tópico seguinte). Tem até uma piada recorrente sobre ele que é sua sanidade diminuindo conforme ele vai presenciando loucuras, só que não parece que é isso, parecia mais que ele tava cansado de tão brabo ou de tão cagado que ele tava em uma situação... Aproveitando que já toquei no assunto, agora falarei das individualidades dos personagens. A série faz um proveito muito pobre disso, o que, além de fazer muitas situações e diálogos ficarem repetitivos e enjoativos, deixa os personagens chatos e desinteressantes. Pegue o lance do Mahiro manter Nyaruko na linha atacando e ameaçando-a com garfos, por exemplo, 90% das piadas e cenas que usam esse elemento são idênticas!! O máximo de variação que rola em cima desse negócio é uma cena onde Nyaruko, Kuuko e Hasuta se assustam ao descobrirem que Mahiro está comprando mais garfos em uma loja como se estivesse adquirindo mais munição. Novamente, se fosse eu escrevendo essa porra, faria um episódio/arco que revelava que na verdade existe um clã de caçadores usuários de garfos que possuem rivalidade com o clã de usuários de facas, e também o clã de colheres e por aí só ia aumentando o nível de escrotidão!

E quando a série não está desperdiçando seu potencial fazendo merda, ela comete esse erro fazendo nada! O que foi algo que fortaleceu minha teoria de que o(s) responsável(is) pela parte narrativa ou era(m) inexperiente(s), ou produziu(aram) tudo apressadamente e sem esmero ou não possuía(iam) mesmo talento para escrever uma comédia desse tipo... Enfim, seja qual o for o motivo, isso prejudicou muito o anime em diversos pontos que compõe a história, a comédia e os personagens. Então foi comum ver personagens não tendo suas peculiaridades exploradas devidamente, momentos sem-sal que poderiam ser salvos com uma piadas simples, porém funcionais, entre outras coisas. Mas nada foi tão prejudicado quanto um ponto que envolve a narrativa, a comédia e um dos personagens (Mahiro): a auto-reflexão!!! Um dos motivos da presença de constantes bizarrices, clichês e recurso de roteiro infames em animes como esse está relacionado com a tiração de sarro que o anime faz com ele mesmo, pois séries assim costumam satirizar tudo e todos, incluindo a si mesma. Entretanto a presença dessas coisas só faz sentido quando a própria obra admite que elas estão lá! Tudo bem, eu sei que em alguns casos elas podem ser tão doidas ao ponto de suas simples existências já darem conta do recado, contudo isso não cobre grande parte das maluquices presentes, nesse anime muitas piadas nascem mais de diálogos do que humor físico e devo lembrar que temos um tsukkomi no elenco. Por isso muitos diálogos e declarações, quase sempre realizadas pelos personagens, mostram questionamentos, queixas e observações sobre as inconsistências, absurdos, coisas sem sentido, faltas de lógica e outras imperfeições existentes na obra. O problema é que Haiyore! Nyaruko-san quase nunca apresenta momentos assim. É comum ver cenas com incoerências e absurdos serem ignoradas pelos personagens, eles nem chegam a comentar sobre as mesmas. No fim elas não acabam provocando gargalhadas e no lugar obtém-se o sentimento de irritação e a sensação de desperdício de oportunidade, porque deixaram de ser algo engraçado e viraram apenas meras imperfeições infames...

Se você acha que o anime já estava perdido só por conta disso tudo, saiba que a produção arruinou até aquilo que poderia ter se salvado e é disso que vou falar agora!


Esses caras poderiam ter tido uma interação tão bacana de acompanhar...

O impacto da produção

No meu review de Gakkougurashi! eu citei um dos motivos, e que dá uma pequena noção, do quão importante é a produção numa obra e como isso afeta absurdamente a experiência com ela. E para não confundir ou sobrecarregar ninguém com muita informação, começarei falando sobre o ponto que também foi abordado no outro review: a arte visual. O character design primário é agradável para a proposta, quase todos possuem uma aparência excelente e com características levemente exageradas e cartunescas, mas charmosas e consistente, digo, dão a impressão de que essa galera pertence ao mesmo ambiente. Já o design dos personagens masculinos é bem limitado, são muito genéricos, sem originalidade e é claro que o Mahiro tá no meio! Contudo o pior problema relacionado à arte visual está na ausência de caricatura! Em mangás e animes de comédia nesse estilo é comum ver personagens com traços caricatos em breves momentos para que transpareçam com clareza fortes emoções, como raiva, medo, susto ou surpresa, exageradamente, pois representar tudo isso através de formas realistas ou padronizadas é difícil, o resultado pode ficar estranho e não atingir seu objetivo que é arrancar risadas do público. E para piorar ainda mais a situação, Haiyore! Nyaruko-san faz justamente o posto disso! O máximo que tem são leves efeitos visuais (não lembro se é equivalente à retícula ou não... É algo meio difícil de apontar e explicar com palavras, ainda mais sem um conhecimento tão específico disso) e alguns pouquíssimos momentos onde os personagens são desenhados em SD (Super Deformed - Super Deformado), mas os desenhos não são engraçados, só são bonitinhos...

A dublagem também não contribui muito, não por culpa da falta de talento dos seiyuus, na verdade é notável o esforço deles, todavia parece que eles estavam limitados ao roteiro e apenas cumprindo ordens superiores e talvez essa seja a razão dos personagens não passarem o "feeling" de excêntricos. A direção é uma tristeza, pois o ritmo dos diálogos e de como as piadas são apresentadas é um tanto quanto lento para obras do tipo. Eles não acertam tanto no timing delas, as cenas não causam impacto, muito menos provocam as emoções que deveriam em vários contextos e a má escolha de efeitos sonoros cômicos foi um fator de peso para dar esses resultados em algumas ocasiões. A sensação é de que o tipo de direção escolhida não era adequada para esse anime, pois parece que combinaria muito mais em uma série infantil do que qualquer outra coisa. Todavia o anime está cheio de piadas sugestivas, de duplo sentido e com conotações sexuais, algo que eu nunca recomendaria para crianças pequenas! Sério, definitivamente não tinham noção do que estavam fazendo!! Como consequência, acabam surgindo cenas que poderiam ser geniais se não fossem arruinadas pelos problemas da produção. Entre elas, a maior de todas é essa aqui. Podemos ver vários dos diversos problemas que destaquei anteriormente: falta de caricatura (os traços que indicam medo e confusão no Mahiro não bastou), referência incompleta (Mahiro não disse "Nani?" para alcançar uma paródia mais completa de uma das cenas mais icônicas de Hokuto no Ken, até considerada um meme na atualidade) e Mahiro agindo quase como uma estátua (inexpressivo). A única coisa que se salva são os efeitos sonoros escolhidos e nada mais... Novamente, se fosse eu escrevendo essa caceta, além de fazer o escrotão do Mahiro falar "Nani?", ia mostrar os dois personagens com suas faces desenhadas com o traços de Hokuto no Ken para pelo menos não passar tanta vergonha, porque não sei ao certo se ficaria engraçado... Bem, até um certo tempo, na minha cabeça, achava que com essa decisão ia ficar inquestionavelmente hilário, porém não tenho tanta confiança hoje em dia.


Anime de zoeira hard com direção de anime infantil?! TEM TUDO PRA DAR MERDA!

Conclusão

Haiyore! Nyaruko-san é um lamentável exemplo de mediocridade. Fico até impressionado com o fato de que essa série teve duas temporadas, pois acho difícil algo tão monótono e quebrado manter uma boa audiência para tal. Por conta disso, também acredito que seja difícil recomendar esse anime para alguém, porém como se trata de comédia, talvez ele seja uma boa para pessoas que simplesmente não se incomodaram com a maioria das coisas que abordei nesse review e, obviamente, ele não é 100% falho, consegui rir algumas vezes assistindo-o, foi um acontecimento raro, mas aconteceu. No geral, a impressão final é de que a obra sabia de todos os ingredientes necessários para alcançar o sucesso, entretanto não tinha noção do processo detalhado de como utilizá-los e misturá-los afim de obter tal título, e quando tentava fazer isso o resultado ou acabava sendo uma tentativa frustrada ou um bom resultado que foi jogado no lixo logo em seguida. Uma pena, pois tinha um potencial grandioso!

Ufa! Esse post deu trabalho, hein! Escrevendo esse review percebi o quão difícil é analisar comédia, porque é preciso detalhar especificamente cada aspecto da obra, lidar sabiamente com questões polêmicas e subjetivas que a cercam e ainda ordenar cada ponto de um modo que não fique confuso de acompanhar/ler. Tudo isso para garantir ao máximo que todos entendam claramente minha linha de pensamento e assim construam uma boa base para iniciar discussões comigo nos comentários abaixo sem correr muito o risco de envolver equívocos e mal entendidos no meio delas, independente dessas discussões terem como foco concordar ou discordar de mim. É algo que sempre tento fazer em minhas análises, mas quando se trata de humor, a conversa fica mais sensível. É aquela velha história: humor é algo extremamente subjetivo, o que pode ser engraçado pra uns pode não ser pra outros, é fácil as pessoas se ofenderem com algumas piadas (até as que não são feitas com essa intenção) e tem certas pessoas que não gostam muito de discutir sobre o assunto por achar que isso quebra parte da magia da comédia. Ou seja, mesmo após terminar esse texto trabalhoso, ainda estarei me arriscando a lidar com possíveis polêmicas chatinhas... Só que fiquei muito satisfeito de ter terminado e publicado esse review, não me arrependo de escrevê-lo e me ajudou a compreender de uma maneira mais organizada como devo analisar shows de comédia. Espero que esse post tenha sido tão útil ou interessante para outras pessoas como foi para mim. Então vou ficando por aqui, falou, galera!

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