Devilman Crybaby Review - O Melhor Anime de 2018


Há quase um ano atrás ouvi falar de um anime original do Netflix chamado Devilman Crybaby, muitos estavam falando bem sobre o mesmo e isso despertou a minha curiosidade. Mas antes de tudo fui dar uma pequena pesquisada e bater um papo sem spoilers com uns colegas da Internet que assistiram a obra, onde acabei descobrindo que se tratava de um remake/repaginação de um mangá clássico dos anos 70 para a atualidade! Sim, eu nunca tinha ouvido falar de Devilman até aquele instante e isso me rendeu uma experiência que acredito que interessará alguns fãs de longa data da franquia, afinal assisti esse negócio praticamente às cegas e sem saber muito do que esperar. Como alguém que desvirginou da série com esse remake, posso garantir que Devilman Crybaby é algo que não vai agradar muita gente, todavia forneceu para mim uma experiência sem igual e muito distinta do que há no mercado de entretenimento audiovisual. Ah, já adianto que essa análise terá spoilers, portanto irei direto ao ponto e poupar contextualizações (sinopse, etc.), porque suponho que quem estará lendo isso já finalizou a obra. Sem mais delongas, desejo uma boa leitura a todos. :)



Temática e metas

O tema central da série é a oposição entre o lado maligno e o lado benigno da humanidade, logo os recursos escolhidos e os personagens, assim como o modo que são usufruídos pela direção, refletem isso, porém não da forma convencional. Geralmente estamos acostumados a ver shows focados em entregar experiências narrativas mais lógicas/coesas que seguem ou desconstroem determinados padrões com o intuito de prender a atenção, entreter e/ou divertir o público. É claro que em Devilman Crybaby isso está presente, contudo não passa de uma base para os produtores do anime apresentarem os turbilhões de emoções e sensações voltadas para a exposição de uma imagem caricata ou surreal dos lados que compõem a natureza humana e que muitos desconhecem, preferem ignorar ou que não dão a devida atenção merecida. Esse é o foco aqui e um de seus aspectos mais brilhantes!

Nota-se inicialmente que alguns recursos como o alto nível de violência e sexualização não estão lá a toa, isto é, o shock value tem um propósito importante, pois ele se conecta com uma das peculiaridades da série: a simbologia dos demônios na história. Eles são criaturas que possuem necessidades e desejos extremos quanto à parte de apetite sexual e comportamento agressivo, além de desproverem de autocontrole. Assim, os demônios simbolizam os instintos bestiais e primitivos da humanidade. O que fortalece ainda mais essa ideia é uma revelação feita no último episódio dizendo que na Terra, há muito tempo atrás e antes dos humanos surgirem, essas criaturas habitavam o planeta, o que dá a entender que eles são uma espécie de precursores da humanidade. Outra interpretação muito boa e que vale ressaltar por estar relacionada com esses pontos é de que os demônios são uma metáfora para os animais, em especial os selvagens, porque as características de ambos coincidem e, seguindo essa lógica, a mensagem torna-se evidente: o lado maligno da humanidade cobre sua parte animalesca e selvagem. No fim é exposta a visão de que não somos tão diferentes deles no fim das contas... Com essas coisas em mente, a impressão é de que a violência com gore extremo e as cenas de nudez/sexo não parecem tão deslocadas ou desnecessárias. A cenas de morte são nojentas e, por serem rápidas e brutais, facilmente chocam ou incomodam grande parte dos expectadores, afinal a violência existe dentro de todos nós e não há glamour, beleza ou banalização nisso, ao contrário do que a sociedade estabelece distorcendo e transformando a imagem desse assunto, é apenas uma grande sujeira desleixada e horrenda! A sexualização também segue o mesmo objetivo, por mais que haja uma imagem popular estereotipada e padronizada ou apenas sutil e "leve" do assunto, o anime opta por não ignorar certos detalhes que muitos preferem não dar atenção por causar constrangimento ou perturbação, entre outras palavras, a obra decide abordar e falar abertamente sobre o "elefante na sala de estar" Por isso somos bombardeados pela direção com constantes enquadramentos em ângulos que revelam as partes íntimas dos personagens e momentos demonstrando atos sexuais, pois é um modo indireto de dizer que é inevitável pensar nesses detalhes e por mais que nos esforcemos, o subconsciente não ignorará, independente da maneira como enxergamos o assunto!

Só que o show também apresenta figuras de imensa bondade, gentileza e esperança, particularidades essas presenciadas no lado benigno da humanidade. Essas figuras em questão tratam-se de determinados personagens da história, entre eles temos Miki e os Rappers. Miki é a amiga de infância de Akira, protagonista da história, e o exemplo máximo que pode ser encontrado de compaixão e bondade na trama. Ela também é responsável por mostrar a importância ou a beleza da coletividade e da cooperação, o que contradiz as características dos demônios que, como pode ser notado, envolvem o prazer e o benefício próprio. Inclusive e desviando um pouco do assunto, Ryo, o melhor amigo de Akira, é outro exemplo de uma figura simbolizando o lado maligno da humanidade, devido ao fato do mesmo defender os valores da antipatia e do benefício próprio através da razão e, talvez, personalidades como ele sejam os responsáveis pelo estabelecimento da banalização da sujeira humana, ponto que destaquei no parágrafo anterior. Voltando a falar sobre as figuras humanas benignas, comentarei sobre os Rappers agora. Eles quase sempre abrem os episódos cantando um rap que, em sua letra, contém várias críticas a atitudes/pensamentos egoístas e alertas dos perigos que os prazeres podem proporcionar. Desse modo, eles acabam provocando não só os demônios, como os humanos que caem nas graças do egocentrismo... É um tema sensível que muitos tendem a desenvolver uma mentalidade tola e extremista ou hipócrita a respeito, não importando qual o lado escolhido. Aliás, uma das melhores questões levantadas no anime e que está envolvida nisso, é da importância do deleite! Drogas, álcool, sexo, dinheiro, jogos, apostas, piadas... Por mais que o excesso possa nos prejudicar, de um jeito ou de outro, precisamos do mesmo para recuperarmos a calma, pois o emocional humano é frágil e necessita ser saciado ou controlado para não entrar em colapso!!

Para finalizar, falarei sobre Akira, o protagonista. O conceito e as individualidades do personagem possuem uma quantidade alta de escolhas interessantes e que fazem um bom aproveitamento do tema principal da série! Ele é um Devilman (Homem Demônio), ou seja, é um híbrido/mestiço de humano com demônio e por isso compartilha peculiaridades de ambos, o que lhe dá o privilégio de construir um ponto de vista mais equilibrado do conflito ao ser colocado diretamente diante dos dois lados!! Isso garante alguns dos momentos mais interessantes da história inteira, onde vemos Akira lutando para manter sua humanidade, resistindo ao seu lado demoníaco e tendo ambos testados constantemente em diferentes situações e cenas bastante intrigantes e caprichadas!


O equilíbrio é a solução!

Proposta e progressão narrativa

Como dito brevemente no tópico anterior, a intenção de Devilman Crybaby é causar uma série de emoções nos expectadores com a exposição exagerada e surreal dos traços da natureza humana. Isso reflete também em outros aspectos, como a arte visual (que falarei em breve), os personagens e a própria narrativa. A falta de coesão na história, as proporções que ela toma e os constantes absurdos presenciados durante o desenrolar dela podem ser incômodos para muitos, só que são de grande importância para a obra atingir um de seus objetivos! Da mesma forma que as partes que compõem o tema do anime tem suas particularidades representadas com distorções e exageros no intuito de deixar mais evidente quais os pontos que precisam ser absorvidos e levados em consideração, o enredo segue o mesmo padrão. A humanidade inteira facilmente enlouquecer quando fica sabendo da existência dos demônios e se desesperar por ter uma noção básica do que se trata a ameaça ao ponto de matar brutalmente pessoas pode parecer extremo demais, entretanto é essencial para mostrar como só precisamos de uma desculpa (porque nem motivo chega a ser) para surtarmos e manifestarmos nosso lado selvagem. O mesmo pode-se dizer dos personagens. Akira, por exemplo, é um cara chorão e que costuma ficar triste não pela dor que o próprio sente, mas a que os outros ao seu redor sentem, o que faz dele uma forte figura de empatia! No decorrer da trama, vemos a todo momento o protagonista chorar bastante e de maneira anormal, justamente para esse seu traço em específico ficar mais destacável e coincidir-se com o estilo exagerado da obra. Então os personagens funcionam mais como alegorias e a história como um conjunto de esquetes sequenciais caricatas ou satíricas que procuram mais contextualização e menos consistência!

Agora falando de quesitos mais técnicos. O ritmo apresenta um ponto curioso que é o seu crescimento, quero dizer, a série começa pequena e acaba tomando proporções cada vez maiores. Isso se reflete também nos episódios (quando analisamos eles isoladamente), cada um deles aparenta ser algo bastante simples e fraco inicialmente, mas no desenrolar do mesmo observa-se que os recursos vão engrenando e sendo bem aproveitados até chegar em um ótimo clímax seguido de uma boa conclusão. Um dos grandes méritos do show é a forma como sua direção conta a história. Ela poupa diálogos expositivos e outros recursos de roteiro infames, o conteúdo audiovisual muitas vezes já é autoexplicativo e, por conta disso, não perde tempo os descrevendo tanto, uma excelente escolha e que livra um pouco os produtores da sensação de que estão subestimando a inteligência dos expectadores. Além dessas coisas, é dito apenas o necessário para um entendimento ou a noção básica do contexto e não fugir muito da meta em ser absurdo e surreal. Todas essas decisões contribuem para garantir uma experiência de enredo gratificante e satisfatória, até mesmo para os mais exigentes quanto a esses detalhes.

Mesmo com essa pegada surrealista, os personagens ainda soam muito reais e humanizados, porque vemos eles constantemente realizando atividades comuns e normais, como qualquer outra pessoa, fora que os conflitos envoltos na temática são bastante atuais: a aceitação das diferenças e amor ao próximo, assuntos muito discutidos hoje em dia. Portanto acaba sendo fácil apegar-se aos personagens e ficar aflito com as situações desesperadoras em que se encontram. E também são esses os fatores que explicam o porquê do Episódio 9 ser tão intenso... E por falar nele, temos aqui um exemplo do quão majestoso é o trabalho feito em cima de Devilman Crybaby. O capítulo mostra, logo no começo, Akira implorando e defendendo os rejeitados que estão sendo castigados pelos humanos, ao mesmo tempo em que Miki o defende nas redes sociais. Akira obtém um considerável sucesso com seu apelo, no entanto acaba sendo interrompido por alguns demônios, enquanto Miki é perseguida por uma multidão enlouquecida e intolerante quanto ao seu posicionamento. Miko (ou Miki 2) se reconcilia com a Miki (heroína) e junto dos rappers tentam escapar da galera querendo fazer uma chacina. Aos poucos os personagens principais vão morrendo, restando somente Miki, e Akira, que está distante, corre apressadamente para tentar protegê-la. Como podem ver, o episódio demonstra diversos momentos que fortalecem a faísca da esperança e da bondade, como o apelo de Akira, a redenção de Miko, Miki se pronunciando nas mídias sociais e também a cena da mesma correndo dos assassinos. Nessa, em particular, há uma rima visual com a cena do primeiro episódio onde Akira corre dos demônios da festa, mostrando que aquelas pessoas perseguindo a personagem no nono capítulo não são tão diferentes dos monstros, além de que vemos os pensamentos de Miki nesse momento que falam a respeito da mensagem de "passar o bastão" para Akira, uma mensagem que simboliza o legado de suas atitudes que podem trazer a esperança. Esse monólogo dela ocorre justamente no instante em que tudo parece perdido, isso, junto das faíscas de otimismo que vão se fortalecendo no decorrer do episódio, como dito anteriormente, dão uma rígida sensação de que a mesma iria ser salva no último instante, só que... Não é o que acontece! Fui surpreendido com um cena forte, pesada, brutal, triste, chocante e impactante do pior cenário possível... No fim, Akira não conseguiu pegar o "bastão" carregado por Miki. A esperança, a bondade, a compaixão falhou, tanto que até vemos Akira falar que suas lágrimas secaram no capítulo seguinte. Devilman Crybaby sabe manipular (e destruir) o emocional do público como nenhum outro anime!!!


Miki... ;-;

Interpretações e curiosidades

Agora compartilharei algumas outras interpretações e curiosidades que não possuem muita relação uma com a outra, mas que achei interessantes e enriquecedoras o bastante para separar um tópico somente para elas. Começarei comentando sobre as semelhanças da rivalidade de Akira e Ryo com a de Guts e Griffith, da série Berserk. Akira e Guts possuem um visual meio "dark" e vilanesco, porém são os protagonistas de suas respectivas histórias e é fácil criar empatia pelos dois, só que o primeiro é uma forte representação de bondade, enquanto o outro, apesar de mais compreensível que o seu rival (Griffith), ainda toma atitudes bastante perversas e nem um pouco nobres. Ryo e Griffith, possuem um design angelical e a cor branca (sinal de pureza, paz e santidade) os representando, todavia são os antagonistas de suas respectivas séries e mais próximos de demônios do que de anjos, apesar da aparência. De diferenças, podemos destacar que mesmo Griffith sendo um vilão, ele ainda tem um lado nobre e compreensível (mesmo difícil de identificar no começo por causar muita antipatia em um certo ponto da trama), enquanto Ryo é totalmente perverso até o fim da obra, onde somente após destruir tudo o que possuía e havia arrependeu-se de suas ações. Como eu disse no início da review, a franquia Devilman é muito antiga, por isso não duvido que ela tenha sido tão influente ao ponto de inspirar clássicos como Neon Genesis Evangelion (inclusive Devilman Crybaby faz uma homenagem à Evangelion em uma cena do último episódio, é uma homenagem para uma homenagem, que loucura) e Berserk. Eu não li o mangá original de Devilman, contudo acredito fortemente que Akira não é representado como alguém extremamente bondoso e gentil nele, se aproximando da relação Guts x Griffith que, acima de tudo, diz que ambos são "farinha do mesmo saco", porque fiquei sabendo que essa foi uma das alterações feitas por Yuasa Masaaki (diretor do anime) em Crybaby e não duvido nem um pouco disso.

De interpretações, tenho duas que quero compartilhar. A primeira é sobre o significado do atletismo e a postura dos Devilmans no esporte, algo relacionado à simbologia que os demônios carregam. Pra mim a escolha do atletismo (100 metros rasos) como o esporte de destaque na trama foi inteligentíssima, pois o conceito dele é a representação mais sincera e pura do que define fisicamente um humano: a capacidade de correr com as duas pernas ou com "as suas patas posteriores" (bipedismo). Isso difere a humanidade dos demônios quanto à postura, que muitas vezes andam com quatro patas (como animais), e os Devilmans flertam bastante com essa ideia ao mostrá-los correndo bizarramente quase que de quatro nas cenas de corrida. O atletismo também é usado constantemente para simbolizar a ideia de "passar o bastão" para o próximo, outra sacada bem feita. A segunda interpretação pode parecer um pouco inusitada, mas ela é sobre as semelhanças entre Miki e Jesus Cristo!! Aliás, o cristianismo aqui é representado como um sinônimo de esperança e otimismo, ao contrário da visão semi-popular do ocidente que retrata a religião como um símbolo de opressão e medo. Voltando a falar sobre a Miki, suas características e destino não muito parecidos com o de Jesus, porque ambos são descritos como sendo pessoas gentis, bondosas e cheias de compaixão que no fim se sacrificaram pelos outros, todavia acabou sendo em vão. O motivo pelo qual penso assim irei revelar agora: em Devilman Crybaby percebe-se esse ponto no episódio final, quanto ao cristianismo/o mundo real... Bem, teve um período chamado Idade Média! Em contrapartida, isso não é de se estranhar quando lembramos que a personagem é mestiça e, antes que eu me esqueça, seu pai é cristão, então essas semelhanças não são mera coincidência.


Quem diria, hein?!

Produção

Quanto a direção já falei o que tinha que falar, portanto pularei logo para o visual e a animação. A arte, nos momentos em que ela é mais realista, tem uma coloração meio monocromática, ou seja, faz bastante uso de cores cinzentas e o anime é muito escuro no geral. E quando a obra apresenta cores mais variadas nesses momentos, elas possuem tons mais escuros e não muito vivos. O design simples, limpo e sem muitos detalhes unido à essa paleta de cores que acabei de detalhar podem causar estranheza e incomodar várias pessoas, só que, sobre minha visão, isso é questão de costume, o que leva um pouco de tempo. Nas partes em que a arte está sendo mais surreal e insana a situação se inverte, as cores escolhidas são mais vivas e chapadas, há um pouco de contraste nelas e as formas e silhuetas dos personagens tem um certo charme que mescla bem o macabro/grotesco e o estiloso, o resultado gerado são character designs interessantíssimos que, ao mesmo tempo que são intimidadores, conseguem ser admiráveis e fotografias magníficas dignas de excelentes wallpapers! A animação tem uma qualidade muito boa e de nível de longa-metragem, super fluída e consistente, o que não é muita surpresa, visto que a série foi produzida para a Netflix e com esse formato de maratona. Um ponto negativo e relativamente frustrante são as cenas de ação e luta, grande parte delas são curtas, escuras e é um pouco complicado de entender o que está ocorrendo nelas. Não foi algo que me incomodou tanto, devido à proposta não ter como foco esse quesito, porém ainda é algo que poderia ter recebido um pouco mais de capricho...

Sobre a parte sonora, não pouparei elogios. A trilha sonora é espetacular, instrumental, impactante, bonita, com ótimas composições e, sendo sincero, a cena da morte de Miki não seria tão impactante se a música "Crybaby" não estivesse tocando naquele momento. As faixas da OST desse anime são incríveis! A dublagem é excelente (a original, não assisti a versão brasileira que, a propósito, muitos elogiaram), as vozes combinam bastante e os seiyuus demonstraram uma performance fenomenal. A única coisa que não se destaca tanto são os efeitos sonoros, não são ruins e não tenho nada para reclamar, mas não tenho nada para elogiar também.


Como eu disse, esse anime tem fotografias que dão belíssimos wallpapers!

Conclusão

Eu fiquei muito satisfeito quando terminei Devilman Crybaby, foi uma obra que me impressionou bastante e com uma produção cheia de esmero. Contudo, meu lado emocional saiu com algumas "sequelas" Após finalizá-la fiquei meio baixo-astral, tive pesadelos, fiquei pensativo demais e até cheguei a abraçar minha mãe quase chorando uma vez... Encarei isso como um dos objetivos que a obra quis alcançar e poucos meses depois superei essa experiência depois de refletir bastante, porém ficou bastante claro pra mim que a obra, mesmo sendo ótima, não agradará a todos, principalmente os mais sensíveis. Então acaba sendo meio difícil de recomendá-la para alguém, pois é meio difícil de explicar se isso agradará alguém ou um grupo específico sem entrar em detalhes que envolvem spoilers, o que pode prejudicar a experiência para muitos. De qualquer modo, fico contente que esse anime exista e que também esteja disponível em uma plataforma bastante acessível e popular.

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