Impressões Iniciais dos Animes da Temporada de Primavera 2019!


Como de costume, analisarei os primeiros episódios dos novos animes e continuações da temporada do momento que estou acompanhando. Dessa vez peguei NOVE títulos para assistir, bastante se comparado à anterior onde peguei apenas cinco (sendo que dois deles não fiz análise no blog, porque um não senti vontade de escrever a respeito ao ponto de droppar ele e o outro decidi ver só depois de publicar o post... ME PERDOEM, VOU DEDICAR UMA ANÁLISE ESPECIAL DE KAGUYA-SAMA COMO COMPENSAÇÃO!!!!). Sem mais enrolação, vamos ao que interessa e desejo uma boa leitura a todos. :)

Isekai Quartet (Geral)


Esse é um daqueles animes crossover/spin off com humor leve e bobo, porém funcional, e que não tem a menor intenção de ser algo pretensioso, focando-se em ser uma experiência leve e descontraída, como a série Naruto SD: Rock Lee no Seishun Full-Power Ninden (que não assisti, mas acredito que seja idêntico, então estão liberados para me crucificar caso eu esteja errado).

Esse anime é bem especial, pois envolve a colaboração de quatro franquias de anime diferentes, Overlord, Konosuba, Youjo Senki e Re:Zero, sendo o material original de todas elas light novels. O que esses títulos tem em comum é que são todos Isekais, um subgênero da Fantasia, para quem não sabe. Então meio que essa obra é mais indicada pra quem assistiu, ou conhece ou é fã de todas as séries participantes, pois, mesmo ela explicando um pouco o contexto da maioria dos personagens presentes, são informações meio escassas e o maior objetivo dessa loucura é agradar quem gosta de pelo menos 75% das obras presentes neste crossover. Eu, no caso, adoro duas que estão presentes aqui (Overlord e Konosuba), quanto às outras eu também conheço e gosto, só que não tanto assim... Sobre minha concepção, ele será mais interessante para os que conhecem todas as obras participantes, mas eu não sou dono da verdade, então pode ser que haja um "efeito Smash Bros" e alguém acabe se interessando por uma das séries.

Enfim, a história é tão simples quanto o visual: botões misteriosos surgiram do nada em lugares diferentes de cada um dos universos das séries presentes aqui. Em Youjo Senki o botão é apertado em uma situação inusitada e um tanto quanto cômica. Em Overlord o botão foi apertado por conta de um acidente bobo. E Aqua, de Konosuba, apertou por ser uma estúpida. Quanto ao pessoal de Re:Zero não ficou claro, até o momento (começo), como apertaram o tal botão. Todos acabam sendo transportados para uma escola onde deverão ter vidas de estudante... Ok, ideia idiota e que é capaz de funcionar, ainda mais considerando o tipo de humor. Todavia o anime apresentou alguns problemas que falarei em breve. Enfim, ele até que é divertido e ainda dou destaque para a cena em que Ains fala que somente um idiota apertaria um botão misterioso que surge do nada, aí corta para a Aqua doida pra apertar a c@ralha do botão. Sério, a direção de comédia aqui está melhor que em One Punch Man 2nd Season (que comentarei mais pra frente nesse post).

Um outro bom ponto é que os personagens mantém suas respectivas personalidades, talvez alguns enxerguem isso apenas como um alívio, mas consistência é um aspecto deixado bastante de lado em crossovers e eu fico sempre contente quando os envolvidos se esforçam para manter os personagens coerentes pelo menos nesse quesito. Mas essa ideia de colocar todos num colégio poderia ser mais bem aproveitada, não precisava sacrificar parte da identidade deles para criar piadas e contextos divertidos, quero dizer, Momonga/Ains aceita muito facilmente a situação atual onde ele e sua galera terão que entrar no papel de estudantes, tem uma parte onde se mostra descontente com a situação e deixando bem claro que irá recusar, todavia não foi o bastante. Quanto ao pessoal de Konosuba... Continuam patetas e hilários como sempre, não é difícil de fazer, ainda se tratando que também é de uma série de comédia. Uma coisa estranha que notei é o fato de que os responsáveis por isso aparentam ser personagens de algumas das séries participantes, isso é esquisito, não se deram nem ao esforço de criar figuras novas para show, capengou bonito dessa vez!!! De qualquer maneira, o anime ainda é assistível... Se você for fã ou conhecer as séries que estão no elenco!

Fairy Gone (Episódios 01-02)


"A história se passa em um mundo onde as fadas possuem e habitam em animais, dando-lhes habilidades misteriosas. Ao remover os órgãos de um animal possuído e transplantá-los em humanos, as fadas podem ser convocadas como um alter ego e usadas como armas. Tais indivíduos que usavam fadas como ferramentas de guerra eram chamados de 'Soldados das Fadas'. Depois que a guerra acabou e eles completaram seus papéis, os soldados perderam seu propósito. Alguns começaram a trabalhar para o governo, alguns se juntaram à máfia, e alguns até se tornaram terroristas, pois cada um escolheu seu próprio caminho para viver. Nove anos se passaram desde a guerra. A protagonista, Mariya, é uma nova recruta de 'Dorothea', uma organização que investiga e suprime crimes relacionados a fadas. Em meio à instável situação política, criminosos com feridas persistentes da guerra e conflitos passados surgem e se envolvem no terrorismo como um ato de vingança. Esta é a história dos Soldados das Fadas, lutando por sua própria justiça em um caótico mundo pós-guerra." Sinopse retirada de myanimelist.net, adaptada.

Devo admitir que a premissa chamou a minha atenção e fiquei esperançoso, todavia o conteúdo do primeiro episódio acabou me desapontando. Resumindo o que ocorreu: a protagonista se meteu num leilão aparentemente ilegal, terroristas atacam com o propósito de roubar uma folha que parece ser de um livro de magia, combates ocorrem entre esses caras e o segurança do local, uma das terroristas se revela como a amiga de infância da protagonista, flashbacks revelam que as duas fugiram de um ataque lançado ao que parece ser o lar delas e revela quase nada de informação útil, a heroína ganha milagrosamente uma fada (não deu pra entender direito, parecia que ela não tinha e depois mostrou que possuía sim, o que é confuso, pois não era necessário o tal transplante de órgãos?), mais tretas rolam, a amiga da protagonista some e no fim ocorre uma parceria entre a heroína e o segurança que estava lutando contra a tal amiga dela. Os personagens não demonstraram nenhum traço de personalidade, a história de Mariya, a protagonista, e de sua amiga contada no flashback é muito vaga, nenhum personagem no episódio aparentou ter um background que estava envolvido com algum evento importante falado na premissa de uma forma mais direta ou curiosa e os conflitos ficaram desinteressantes por conta de todos esses fatores. E como se não bastasse o background da heroína ser pobre, ele fica dramatizando/detalhando eventos dispensáveis em cima disso na tentativa de construir vínculos emocionais entre a personagem e o público, mas nem preciso dizer que falhou, né?!

Esse mundo de fantasia misturado com steampunk e estética militar da Segunda Guerra Mundial, embora ache interessante e charmoso, dá uma certa sensação de familiaridade, afinal lembra séries como Fullmetal Alchemist e Yojou Senki, por exemplo. Então a obra precisa, sobre minha visão, de algo especial para compensar isso, inclusive o anime apresenta um elemento de destaque e se trata das tais fadas, contudo o primeiro episódio deu a entender que isso só oferece uns "Stands" de baixo orçamento pros personagens e isso não é exagero, elas se manifestam como espíritos guardiões (ou Personas) e quando tomam dano os usuários também são afetados... O CG, apesar de ter uns efeitos e animações legais, contrasta bruscamente com o resto que é todo 2D e, por causa disso, gera estranheza. As cenas de ação tem sequências bem coreografadas e satisfatórias, todavia são trechos que mostram muita similaridade um com o outro e cobrem pouco tempo das lutas, sem contar que os combates tem algumas cenas com enquadramentos que não apresentam uma visão muita completa do que ocorreu... Tá, isso não é tão prejudicial, ainda dá pra entender o que acontece, mas sinceramente não é de forma alguma uma coisa positiva. Os trechos mais legais ficam por conta das que tem CG em ação, no entanto até eles sofrem do último "problema" que citei.

Quanto ao segundo episódio, teve bons méritos: alguns veículos nesse universo, ao invés de se moverem com rodas, andam por meio de PERNAS! Há um personagem que aparenta ter "bolas bem grandinhas" ou que apenas gosta de implicar um pouco com os outros, entre outras palavras, o primeiro na série com personalidade destacável. As lutas possuem coreografias bem aceitáveis, não é impressionante, porém nada mal. E por último, mas não menos importante, esse mundo steampunk realmente tem estilo, apesar da falta de singularidade. De resto achei apenas "meh" e algo entre mediano e mediano ruim. O antagonista do episódio é meio "qualquer coisa" (tô usando muitas expressões entre aspas, né?! Melhor eu melhorar daqui pra frente... ), o episódio dá muito tempo de tela pro casal principal (que eu não gostei até o momento, talvez mude de ideia) e pouco para os caras que me interessei e a animação podia ter sequências com bem mais fluidez.

Enfim, não recomendo Fairy Gone, pode não ser tão desastroso e no fim ser apenas chato e sem carisma, porém acho o último caso pior, pois as porcarias conseguem pelo menos me divertir, seja arrancando gargalhadas minhas ou me deixando p*to. :v

One Punch Man 2nd Season (Geral)


Serei breve aqui, pois acredito que todos já saibam dessa história a essa altura do campeonato. One Punch Man 2nd Season foi uma tragédia anunciada. Desde a mudança da staff lá em setembro de 2017, as chances de dar m#erda eram altíssimas e o trailer, que analisei aqui no blog, só confirmou isso de vez! O que temos diante de nós é um trabalho porco, feito às pressas, sem esmero, sem personalidade, sem paixão e muito sem graça!!

Primeiro episódio medíocre e direção MUUUUUUUUITO SEM SAL!!! Cenas de comédia mal adaptadas. Lutas horrorosas, mal animadas e mal dirigidas. Visual simplista e sem charme emocional. Trilha sonora nova fraca. E ritmo cansativo, o que é justamente o oposto da primeira temporada que era bastante empolgante e deslumbrante! One Punch Man, seja no mangá ou na primeira temporada do anime, sempre demonstrou ser uma paródia que tira sarro de tropes e clichês de battle shounens e super-heróis – subgêneros da ação – ao mesmo tempo que parecia entender e respeitar muito bem o que fazia as coisas que ele aponta o dedo serem tão legais e notáveis na indústria, uma mistura de sátira com homenagem. Na segunda temporada sentimos NADA disso, parece a adaptação de um battle shounen genérico com produção precária e que se salva em alguns momentos por conta do roteiro dos autores originais – que no caso são ONE e Yusuke Murata. A parte boa é que pelo menos a história irá se manter fiel ao mangá de Murata, mas isso é o MÍNIMO que espero depois desse desastre todo!!!!

Enfim, OPM 2 tá uma p0rr4 e isso é triste, porque é um dos meus mangás prediletos, muito bem desenhado, com um layout de storyboard muito bem elaborado e que recebeu uma das adaptações mais caprichadas, exemplares e estrondosas da atual geração! Para finalizar, deem uma olhada nessa mudança de design do King.


No design da Madhouse, à direita, ele parecia ameaçador, rústico, com um nariz mais grosso, um olhar amedrontador, traços mais detalhados (principalmente no cabelo) e cores em tons mais escuros. Agora o design ficou simplificado e parece que ele tem um olhar de assustado, nem disfarça direito o real caráter... Lamentável é a palavra que descreve perfeitamente o que aconteceu com One Punch Man. ;-;

Midara na Ao-chan wa Benkyou ga Dekinai (Episódios 01-03)


"A história gira em torno de Ao-chan, que quando estava no jardim de infância, sorria de orelha a orelha enquanto contava a seus colegas como seu pai (um autor erótico bestseller) escolheu seu nome: 'A como na maçã e O como na orgia!'. Esse dia ainda lhe assombra dez anos mais tarde, ela estuda com um único objetivo em mente: entrar em uma universidade de elite para alcançar a independência de seu pai de uma vez por todas. Ela não tem juventude para gastar e nem tempo para pensar em garotos… Até que seu colega de classe, 'King Normie' Kijima, se aproxima dela com uma chocante confissão de amor. Ela tenta se livrar de Kijima, mas ele simplesmente não se toca… Como sua mente está cheia de pensamentos impuros, ela percebe que seu pai a influenciou completamente!" Sinopse retirada de myanimelist.net, adaptada.

Sim, esse é um dos VÁRIOS animes de comédia romântica escolar com cerca de 3 à 10 min de duração que estreou nessa temporada, ou seja, um genericão da season!! Eu tenho o costume de evitar sempre esse tipo de anime nas temporadas, não por ser curto (já vi ótimos títulos curtinhos que acho que mereciam mais destaque), mas por apresentarem um nível de qualidade bem fraco. Entretanto dei uma chance para Midara na Ao-chan wa Benkyou ga Dekinai, porque tenho uma queda por garotas com pensamentos lascivos. Não importando se elas são assanhadas ou tímidas, essa é uma característica que pessoalmente me sinto estranhamente atraído quando se trata de mulheres. Outro ponto é mais racional: eu não tenho muito com quem falar sobre esse tipo de assunto de um modo mais "exótico", vamos dizer assim. Na minha cabeça encontram-se diversas dúvidas que acredito que ninguém vá se interessar, ou se dispor para respondê-las ou trocar ideias comigo de um modo um pouco mais sério, afinal vivemos em uma cultura que trata isso como um forte tabu ou que sente extremo constrangimento ao falar sobre. Eu sou do tipo que não apresenta problemas quanto ao ato de discutir sobre o tema, todavia não me interesso apenas em compartilhar sujeiras e sacanagens. Ok, agora que justifiquei a escolha, vamos analisá-lo!!!

As piadas são bem fraquinhas, o herói é o típico genéri-kun virjão bonzinho (até demais) e a protagonista, mesmo tendo chamado a minha atenção por ter uma mente poluída e gerar cenas cômicas e divertidas por conta disso (em teoria), ela me pareceu meio mal aproveitada. O legal da personagem é a característica dela em ser paranoica em um nível bem caricato quanto ao fato de pensar que tudo ao seu redor pode ser putaria, só que os cenários em que a mesma se encontra não atendem a essa demanda. Quero dizer, a graça disso tudo é vê-la em situações e tendo diálogos que apresentam uma "ameaça" para sua reputação ou seus objetivos como uma garota "normal"/exemplar/certinha, algo para adicionar uma leve e descontraída camada de tensão, mas com humor. Logo seria mais interessante presenciar cenas com no mínimo um certo nível de incerteza, isto é, tornar o ritmo da história mais imprevisível. Geralmente os momentos mais imprevisíveis são meio apelativos (um pouco forçados e voltados para o uso do ecchi) e os diálogos possuem boas ideias, contudo poderiam ter uma melhor execução se a direção acertasse melhor no timing das piadas e caprichasse mais em detalhes técnicos específicos, como efeitos sonoros. No entanto o grande pecado na parte dos diálogos fica por conta das partes em que a heroína e o herói tem conversas estranhas onde, na cabeça da garota, é construída uma situação cheia de sacanagens e conotações que na verdade não passam de um mal entendido que não levam a lugar algum no fim... 

Fazendo um paralelo aqui com um anime similar, vamos pegar Koe de Oshigoto! The Animation.[COMEÇO DOS SPOILERS] Nesse anime há uma garota que foi chamada para dublar um eroge e ela é tímida pra caramba, por isso recusa na primeira vez, porém muda de ideia após refletir um pouco. Todavia ainda tem vergonha e agora tem medo que alguém descubra que participou da produção de um game pornô! Daí a mesma conversa na escola com um cara que se aproxima e fala "você trabalhou num eroge, né?!".[FIM DOS SPOILERS] Ficou claro agora? Ter essa sensação de "perigo" (entre aspas, porque é comédia) torna a experiência mais divertida! Somos introduzidos aos sentimentos da personagem, entendemos o quanto o que ela enfrenta é desconfortável e como há de fato um certo risco no meio, mesmo que parte dele envolva apenas vergonha. Em Midara na Ao-chan wa Benkyou ga Dekinai não vimos nem o que aconteceu direito no tal dia constrangedor onde a protagonista revelou o significado do seu nome!! A personagem já não encara riscos relevantes e essa barreira no background impede de vez a construção de laços para podermos importar-nos com ela, ou seja, só piora a situação.

Descrevendo o título assim, esse negócio não parece ser grande coisa, MAS É INCRÍVEL COMO APENAS UM EPISÓDIO É CAPAZ DE MUDAR SUA VISÃO SOBRE UMA SÉRIE!!!! Não sei se isso ocorreu com vocês, leitores, alguma vez, só que comigo já em uma quantidade considerável de vezes! No terceiro episódio o clima muda e resolve muito dos problemas que presenciei nos dois capítulos anteriores: houve situações com uma camada de incerteza e risco, claro envolvendo coisas bobas e ridículas, mas bem-humoradas e convincentes o bastante para entreter; O timing das piadas e dos efeitos sonoros está de parabéns; Os traços cômicos e expressões engraçadas conseguem ser hilariantes os suficiente para arrancar um leve sorriso ou uma pequena gargalhada; Situações inusitadas vão aumentado a magnitude de pouco em pouco e tomam proporções grandinhas o bastante para entreter o público; E o humor físico também merece elogios, tem uma cena no meio do episódio onde a Ao-chan toma um susto de algo que parece ser uma assombração e sai do banheiro dando um salto em câmera lenta numa pose levemente extravagante e depois corre acelerada e desesperadamente em direção ao herói com uma careta bem gozada. Mesmo com esses méritos recém-conquistados, ainda sofre de problemas, alguns que vou comentar agora!

Quanto a detalhes de produção, o anime não é feio, mas o visual segue muito o padrão de anime de comédia escolar romântica com ecchi. O character design do elenco é bem genérico, o único que se destaca é o pai da heroína, mas não por um motivo positivo, pois os traços dos personagem são bem distintos do resto do elenco e contrasta bastante. Ele lembra personagens de mangás shounen antigos da década de 90, pra ser sincero... E assim como tivemos garotas em situações constrangedoras, espero ver o mesmo com os garotos, para ficar bem equilibrado. De modo geral, começou meio mal, todavia tem potencial.

Fruits Basket (Episódios 01-03)


"Depois de uma tragédia familiar virar sua vida de cabeça para baixo, a corajosa Tooru Honda toma conta de si mesma e se muda para uma barraca! Infelizmente para Tooru, ela monta sua nova casa em terras particulares pertencentes ao misterioso clã Souma, e não demora muito para que os proprietários descubram seu segredo. Mas, como Tooru rapidamente descobre quando a família se oferece para levá-la, os Soumas têm seu próprio segredo – quando tocados pelo sexo oposto, eles se transformam em animais do zodíaco chinês!" Sinopse retirada de myanimelist.net, adaptada.

Esse foi a recomendação de uma amiga do My Anime List, a Miru, e se trata de um remake de um clássico que foi bastante popular aqui no Brasil, mas não sei em que época. Quanto ao novo anime, achei muito bonito, se tratando de visual e de histórias. É muito divertido e gostosinho de assistir também, principalmente por conta da comédia. A direção acerta muito bem no timing de execução de piadas, sejam elas através de diálogos ou por meio de ações/gestos engraçados. Pessoalmente adorei o traço cômico da Honda, onde os dois olhos são desenhados como sendo apenas dois pontinhos simples, ela fica bem fofinha e engraçadinha. Por isso adoro esses momentos, principalmente aquele no segundo episódio onde o Kyou grita com ela por ter abraçado-o num acidente, daí, no quadro seguinte, mostra ela se afastando (que na verdade é só o png dela sendo diminuído para dar essa impressão) com o olhar de assustada formado pelos olhos-pontinhos. O senso de humor da obra é excelente.

Além desses aspectos, gostei de como os personagens interagem um com o outro, dando destaque para a rivalidade entre Yuki e Kyou (que é esclarecida melhor no terceiro capítulo), esses dois se abrindo para a heroína e Shigure caçoando da Honda por ela morar numa barraca, são momentos que, além de alegres e descontraídos, ajudam o público a se importar melhor com os mesmos e não tem jeito mais apropriado de atingir esse fim do que mostrá-los expondo suas principais peculiaridades naturalmente. E o melhor é que todas essas coisas vão fluindo de um modo bem gratificante, é tudo muito bem construído e dirigido para garantir a melhor experiência possível. As motivações e ações dos personagens são coesas e fazem sentido, os personagens são bem introduzidos na história, o background deles envolve temas e assuntos bastante envolventes, o drama não exagera tanto e o ritmo é um tanto quanto empolgante, o que é raro de se ver em um slice of life. Há pequenos mistérios e personagens que não tiveram uma apresentação formal e que me despertaram bastante curiosidade em querer saber quem são e o que vão fazer.

Todavia tenho algumas ressalvas a fazer: até o momento não vi uma cena sequer, tirando a do começo (episódio dois), onde o fato deles se transformarem em animais criou uma situação de risco ou de desespero e o efeito de transformação é bem tosquinho, não gostei daquele efeito de fumacinha com purpurina, custava fazer uma fumaça desenhada à mão? Apesar dessas pequenas coisinhas, o anime está me agradando bastante e está sendo um dos meus favoritos da temporada junto de Kimetsu no Yaiba e Carole & Tuesday... A propósito, são esses o próximos que irei falar sobre!!

Kimetsu no Yaiba (Episódios 01-03)


"Japão, era Taisho. Tanjiro, um bondoso jovem que ganha a vida vendendo carvão, descobre que sua família foi massacrada por um demônio. E pra piorar, Nezuko, sua irmã mais nova e única sobrevivente, também foi transformada num demônio. Arrasado com esta sombria realidade, Tanjiro decide se tornar um matador de demônios para fazer sua irmã voltar a ser humana, e para matar o demônio que matou sua família. Um triste conto sobre dois irmãos, onde os destinos dos humanos e dos demônios se entrelaçam, começa agora." Sinopse retirada de myanimelist.net, adaptada.

No primeiro episódio confesso que fiquei meio perdido, afinal o protagonista é visto morando com sua família numa floresta e trabalhando com a venda de carvão, só que depois vemos ele numa cidade tipicamente do Japão de eras atrás, porém com postes no meio dela! Somente após pesquisar descobri que a era Taisho foi entre 1912 e 1926, portanto faz sentido ter esse tipo de urbanização. Um bom mérito do anime consiste na apresentação de certos elementos de relevância de maneira orgânica, como a característica do protagonista de ter um olfato super apurado ou dele ser alguém extremamente gentil. É possível notar essas coisas simplesmente vendo elas na prática. Agora quanto à premissa onde a família é massacrada me deixou meio preocupado, pois já é a terceira vez seguida que uma temporada tem um título que mostra violência ultra brutal e que fica popular por conta disso, na de Outono do ano passado tivemos Goblin Slayer, na de Inverno desse ano estreou Tate no Yuusha e agora esse. Felizmente esse não é o caso de Kimetsu no Yaiba. Ah, e antes que eu me esqueça, o momento em que o "Sasuke Samurai" esculacha o protagonista no argumento é excelente, achei que nunca veria esse tipo de coisa num battle shounen!

Nos dois episódios posteriores a comédia toma um tempo de tela maior e a direção é muito boa executando esses momentos, dando destaque para a cena do começo do segundo capítulo onde a Nezuko, irmã do protagonista, fica escondida num buraco feito uma topeira e com medo do sol. No segundo episódio é dito um pouco mais dos onis e percebe-se que o protagonista tem a compaixão e a gentileza como sendo suas melhores qualidades como um ser humano, no entanto é um sinônimo de fraqueza perante ao seu novo destino e que a indecisão é o seu maior defeito. Creio que será um ótimo tema que pode vir a ser trabalhado melhor no futuro: os inocentes morrem e a gentileza não é recompensadora... Outra coisa boa está no uso do olfato apurado do protagonista, em todos os episódios até o momento isso acabou sendo um dos atributos de importância para o roteiro, estão aproveitando bem a ideia. E o terceiro episódio foi uma excelente sequência de quebra-cara, pois sempre que eu ficava com alguma coisa na cabeça sobre uma esquisitice que ocorria na história, logo mais tarde os personagens demonstravam ter ciência disso, por exemplo, a irmã dele tá a seis meses dormindo e não sente fome ou qualquer outra coisa, depois os personagens demonstraram ter ciência disso, dando a entender que ela possivelmente está hibernando por ser um oni agora. Uma outra envolve o segredo para cortar a pedra com a espada, achei que não ia haver nem uma minúscula explicação, mas teve! E o plot twist no fim do episódio foi bem satisfatório, devo admitir!

Quanto aos aspectos técnicos, nada para reclamar. O visual é de primeira qualidade, deslumbrante e magnífico. Super fluido e consistente nas cenas de ação e luta. É bem dirigido nas partes sérias e cômicas. A abertura é belíssima, empolgante e demonstra alguns trechos realmente interessante e que mal espero para ver no anime. É uma ótima estréia, talvez uma das melhores da temporada.

Carole & Tuesday (Episódios 01-02)


"Cinquenta anos se passaram desde que a humanidade começou a migrar para uma nova fronteira: Marte. É uma era onde a maior parte da produção cultural é criada por Inteligências Artificiais e as pessoas estão satisfeitas em ser apenas consumidoras passivas. Há uma garota. Tentando viver na metrópole de Alba, enquanto trabalha por meio período tentando visando se tornar música. Ela sempre sentiu como se algo estivesse faltando. Seu nome é Carole. Há uma garota. Nascida em uma família rica na cidade-província de Herschel, enquanto sonha em se tornar música, porém ninguém ao seu redor a entende. Ela se sente como se fosse a pessoa mais solitária em todo o mundo. Seu nome é Tuesday. Um encontro de sorte junta as duas. Elas querem cantar. Elas querem fazer música. Juntas, elas sentem como se tivessem apenas uma chance. As duas podem criar apenas uma pequena onda, mas essa onda eventualmente crescerá até se tornar algo maior..." Sinopse retirada de myanimelist.net, adaptada.

Excelente, divertido, engraçado, visualmente belo e deslumbrante, com uma premissa charmosa e uma execução inteligente que possui uma boa justificativa por trás da escolha do cenário futurista, que é satirizar os perigos do mundo interconectado contemporâneo e das inconveniências da atual indústria da música de um modo um tanto quanto exagerado e extremo. O bacana é que como é ambientado em um universo futurista, o anime tem a liberdade de exagerar algumas coisas sem fazer com que elas pareçam muito uma caricatura ou gerem estranheza no público. Essa excelente escolha dá certas vantagens para a obra como, por exemplo, prender a atenção dos expectadores e fazê-los notar certas críticas do atual estado da globalização, no entanto sem parecer algo explícito. E um mérito grandioso para a obra é que em nenhum momento sequer os personagens expõe formalmente essas informações para o público, elas simplesmente estão lá funcionando e então o resto flui naturalmente, já que é tão claro que simplesmente absorvemos as mensagens, como na cena do episódio dois onde um cara que trabalha no ramo da música descobre onde as protagonistas moram através de somente duas informações que elas mesmas colocaram no capítulo anterior: uma imagem postada no Instagram e a localização da residência das mesmas no perfil dessa rede social. Essa crítica ao rastro digital foi bastante evidente, tanto que as garotas ficaram apavoradas ao ver alguém batendo na porta delas e gritando feito um louco pedindo para abrirem, esclarecendo de vez o quão assustador é o descuido em questão. Portanto jogar isso na cara do público seria desnecessário e felizmente esse não é o caso aqui.

A dupla principal tem carisma e potencial. A forma como interagem, os contrastes que suas respectivas características apresentam e a química das duas só melhoram isso. Inclusive a música de abertura reflete essa diversidade que apresentam: ela começa meio melancólica enquanto mostra imagens da Tuesday, depois, quando vai avançando, a velocidade aumenta levemente, mais instrumentos tocam, adiciona uma batida de hip hop no meio, mostra imagens da Carole e no fim junta os dois estilos e fica bem gracioso (melhor palavra para descrever a opening, valeu Thunder). As canções são todas em inglês, tanto que até a música de abertura é também, e apesar de eu estar anteriormente interessado em ouvir músicas em japonês, pensei melhor sobre isso e acredito que faz sentido a decisão, levando em consideração a estética categoricamente ocidental, inclusive a cidade em que a trama ocorre lembra deliberadamente New York. O foco pode não estar muito voltado para o aperfeiçoamento das habilidades musicais das protagonistas, todavia não é o que espero, pra mim soa mais como um elemento secundário ou um contexto para a mensagem que quer passar. A história aparenta estar apresentando cada um de seus elementos gradualmente e os explorando/desenvolvendo no enredo de pouco em pouco até conseguir encaixar no fim, um método que eu pessoalmente adoro por facilmente empolgar e expor somente o necessário.

Esse provavelmente será meu favorito dessa temporada e fiquei muito animado com o título, ainda mais lembrando que o criador e diretor é Shinichiro Watanabe, diretor de Samurai Champloo e Cowboy Bebop, duas excelentes séries. Recomendo, parece ser uma obra que diz muito falando pouco, meu tipo favorito! :D

Sarazanmai (Episódios 01-03)


"Um dia, em Asakusa, três estudantes do fundamental – Kazuki Yasaka, Toi Kuji e Enta Jinnai – conhecem Keppi, um misterioso kappa que rouba suas jóias místicas e os transforma em kappas. Para voltar para sua forma original, eles precisam enfrentar kappas zumbis e roubar as jóias místicas deles. Será que os garotos conseguirão estabelecer laços entre si para roubar as jóias dos zumbis? Ao mesmo tempo, algo estranho está acontecendo na delegacia onde trabalham Reo Niiboshi e Mabu Akutsu. Esta é a história de três garotos que não conseguem se conectar com alguém que lhes é importante, e estão aprendendo o verdadeiro significado dessas conexões." Sinopse retirada de myanimelist.net, adaptada.

Tematicamente é bastante interessante e é visualmente belo na escolha de cores, nas fotografias e no espetáculo visual de nível próximo ao de um longa-metragem que são as cenas com animação fluida, com direito à estética e efeitos agradavelmente extravagantes. A obra é muito bem dirigida e acerta em cheio ao revelar partes importantes da história simplesmente ao mostrar pequenos detalhes de forma sutil, poupando muitas vezes ela de recursos de roteiro expositivos. As atitudes de alguns personagens são meio questionáveis e deixam dúvidas na cabeça dos expectadores a princípio, assim gerando algumas perguntas que giram em torno de porquês, felizmente o show faz questão de explicar aos poucos a razão por trás dessas ações, nem todas elas foram esclarecidas até o momento, todavia ele aparenta estar atento a respondê-las mais cedo ou mais tarde. E o anime tem cenas bem engraçadas também e não, nem todas as que envolvem em arrancar coisas do toba de alguém estão inclusas nisso, pra falar a verdade, encaro isso como um ato extremamente simbólico na trama: vemos que ao ter a tal "coisa" arrancada do ânus os segredos mais embaraçosos dos personagens são revelados!! Isso significa que tê-los expostos aos outros é tão vergonhoso quanto ter alguma coisa arrancada da bunda, afinal isso indica que o sujeito colocou aquilo lá voluntariamente (ou por meio de terceiros em um contexto nada agradável) e ninguém quer admitir uma coisa vergonhosa dessas, a não ser o Batman. Portanto, o sarazanmai seria o ritual que aproxima as pessoas e as "conecta", como dizem na série, e para tal precisam revelar seus mais profundos e obscuros segredos dentro desse círculo de amizade, ou seja, compartilhar aquilo  que nunca se falaria para qualquer figura  entre as pessoas de maior confiança e que jamais iriam caçoar, julgar, condenar ou diminui-la por isso.

Entretanto Sarazanmai não acerta em tudo. O anime realmente pode afastar muitos que compõem o público, não só por trabalhar em cima de elementos que de início podem parecer ridículos e que causam vergonha alheia, mas por trabalhar assuntos sensíveis como homossexualidade, por exemplo. Não que o fato dele abordar esse tema ou a forma como aborda seja ruim, sendo honesto, o show lida sabiamente com o assunto, tratando seus personagens com respeito e não se agarrando ao típico estereótipo que representa homens gays como sujeitos afeminados e de personalidade extrovertida, tirando o fato de que um desses caras se veste de mulher, porém este ainda não deixou claro se é homossexual ou não, apenas que faz cross-dressing, o personagem homossexual em questão não demonstrou nenhum traço do estereótipo infame até o instante que estou escrevendo essa análise. Voltando ao assunto, todos os episódios, até o momento seguiram o mesmo padrão, especialmente na resolução dos conflitos, tanto que até repetem várias cenas e sequências de animação, o que, além de repetitivo, é um tanto quanto preguiçoso e torna parte da experiência previsível.

Tirando essas coisinhas chatas, Sarazanmai está se saindo bem no geral. Pode ser meio esquisito e bizarro no começo, só que a obra tem potencial, é bonita, bem feita, trabalha com temas interessantes e faz uma excelente abordagem deles. Recomendo, isto é, para quem não se incomodar com nada do que foi dito e explicado aqui.

Shingeki no Kyojin Season 3 Part 2 (Geral)


E eis a razão deste post ter saído atrasado... Eu adoro Shingeki no Kyojin, o primeiro episódio é FANTÁSTICO e as duas primeiras seasons são sensacionais! A obra me cativou desde o início com sua premissa e apresentação arrasadoras, mostrou-se incrivelmente competente nos quesitos de produção e roteiro, provou ser uma excelente releitura do gênero de zumbis e no fim entregou algo que perfeitamente consegue agradar uma quantidade enorme de pessoas ao mostrar um universo bastante intrigante, mistérios sinistros, muita adrenalina, uma identidade visual bem característica, uma trilha sonora belíssima e um estilo um tanto quanto galhofa, porém charmoso e divertido. No entanto a obra começou a se distanciar bastante da ideia inicial de survivor-horror desde a última temporada (ou melhor, da primeira parte dessa mesma temporada... Já falo sobre isso) e passou a focar muito mais nos humanos, menos nos mistérios desejáveis, a ameaça dos titãs deixou ser algo extremamente amedrontador e passou a ser uma coisa que não era tão sinistra, visto que agora serão tratados mais como armas do que monstros e, segundo informações que adquiri com amigos que estão lendo a obra original (que está em uma fase bem avançada da história), a tendência é das pessoas perderem medo dessas criaturas... A temporada passada (ou a primeira parte da mesma) foi a mais fraca de todas, ela até possui momentos empolgantes e a produção continuou boa, contudo a relação entre alguns personagens é bem sem-sal e certos conceitos da terminologia não tiveram uma boa apresentação.

Enfim, não sei qual foi o motivo dessa season ter sido segregada em duas partes e não estou muito afim de procurar entender essa maluquice e, se querem saber da minha opinião, acho tudo isso uma bela frescurada. Por mim, essa temporada se chamava "Shingeki no Kyojin Season 4" numa boa! Entretanto, para a tristeza do meu ego, o primeiro episódio já começa sem muita cerimônia de onde parou, como se não houvesse pausa alguma. Ele apenas faz uma pequena e breve recapitulação de tudo o que ocorreu, mas foi com a intenção de enaltecer o que está vindo pela frente, que no caso é um grande clímax de uma aparente batalha final. Tanto que o capítulo constantemente constrói um forte clima de suspense e foca em demonstrar os sentimentos de medo e ansiedade dos personagens (cada um do seu jeito). No geral foi um ótimo episódio, ainda mais se compararmos com a parte anterior da temporada, pois além de bem feito, ele voltou aos bons e velhos tempos de SNK, onde vemos bastante galhofa e extravagância, uma peculiaridade que moldou a série desde sempre. A única coisa que não gostei foi o discurso mega expositivo do Erwin que dizia "ESTA É A BATALHA DECISIVA! ELA VAI DECIDIR QUEM VAI PREVALECER. A HUMANIDADE OU OS TITÃS? ISSO SERÁ DECIDIDO AGORA!!!!!". Sério mesmo?! Só faltou o maluco falar "descubra no próximo episódio", ficou muito bobo! Sei que a extravagância faz parte de Shingeki no Kyojin, assim como as bizarrices ultra bregas fazem parte de JoJo, no entanto tudo tem limite, né?!

Apesar de tudo, não estou nem um pouco decepcionado com o que vi até agora, muito pelo contrário, estou bem contente e até um pouco aliviado com o resultado. Não foi tão bom quanto o primeiro episódio da segunda season e muito menos o primeiro da franquia, porém fiquei bem satisfeito. Só estou meio preocupado com o rumo que a série irá tomar depois desse arco, muitos falam que ela decai bastante depois de um tal time-skip que acredito que começará na próxima temporada. Bom... Só o tempo dirá como será o futuro de SNK! 

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