Impressões Inciais dos Animes da Temporada de Verão 2019


Agora é a hora! É agora ou nunca!! É tudo ou nada!!! Chegou o momento de fazer o último post do mês de Julho!!!! E não consegui... Pois se você tem cérebro, já percebeu que isto saiu em Agosto. ;-; Enfim, pra recuperar o bom humor, nada mais justo do que comentar sobre os novos animes dessa temporada. Já deixando claro que o novo Saint Seiya estará de fora, pois ainda não o assisti adequadamente e, como todos os episódios já saíram, TALVEZ eu faça um review completo do show. Deixando clara a situação, resta a mim apenas desejar uma boa leitura a todos, aproveitem. :)

Dr. Stone


"Milhares de anos após um misterioso fenômeno transformar a humanidade inteira em pedra, o extraordinariamente inteligente Senki Ishigami acorda. Neste novo mundo de pedra, Senku decide usar sua ciência para reerguer uma civilização à beira do colapso. Ao lado de seu super-musculoso amigo de infância Taiju Oki, que acordou junto com ele, os dois começam a reconstruir o mundo do zero. Percorrendo dois milhões de anos de história científica, da Idade da Pedra até os dias de hoje, esta aventura experimental sem precedentes está prestes a começar!" Sinopse retirada de animeshouse.net.

Bem, eu AMEI a premissa, é muito intrigante e criativa, talvez uma das melhores sinopses que já vi nos últimos anos! A história trabalha com muitos conceitos científicos específicos, mas não exige que o público saiba dessas coisas para acompanhar o desenrolar dela, tanto que um dos personagens principais é um completo leigo em qualquer área intelectual, e o plot até ensina algumas coisas, sempre com bom humor e ótimas cenas de comédia. O destaque fica nas discussões polêmicas que envolvem moral e ética, tanto que o conflito do arco atual está voltado para este aspecto. Todos os personagens que apareceram até o momento são legais e interessantes, alguns seguem o padrão shounezão, como o parceiro da figura principal, enquanto outros, como Senku, fogem um pouco do padrão, embora este ainda carregue alguns tropes de personagens do tipo. O protagonista é um jovem cientista dedicado que, apesar de ser fisicamente frágil, é um rapaz muito sábio e inteligente que faz uso do seu maior ponto forte para sobreviver nesse mundo pós-apocalíptico, porém ainda mantém algumas características que o fazem consideravelmente socializável, pois o mesmo é sarcástico, calculista e ousado em alguns momentos, distanciando-se da representação reservada, tímida e/ou introvertida desse pessoal que, inclusive, repetiu-se múltiplas vezes até na história do nosso mundo real. No entanto Senku também traz consigo algumas características de "shounen hero", como alta determinação e confiança. As mesmas palavras se aplicam ao Taiju, só que esse é mais tradicional. 

É visualmente bonito, o character design dos personagens é atraente, charmoso, cheio de personalidade (com exceção das garotas, parecem todas as mesmas, Akira Toriyama & Eiichiro Oda Feelings) e dá a sensação de ser uma arte direta de um mangá shounen, ou seja, Boichi fez um bom trabalho (desenhista da obra original que, a propósito, fez uns hentão maneiro, sei disso por conta dum amigo do My Anime List que me apresentou o artista anos atrás). Certas cenas com mais movimento possuem baixa fluidez e bastantes quadros estáticos, mas é perdoável, porque a série não é focada em ação e o visual é detalhado pra caramba pra manter a consistência dos modelos nas cenas de pancadaria que aparentemente não serão tão recorrentes assim. Minha única ressalva é que o anime soa juvenil demais. Não tenho problemas pessoais com enredos infanto-juvenis e Dr. Stone está tomando caminhos relativamente sombrios na execução, entretanto quero dizer que talvez por ser um shounen, especialmente da Shueisha (publicado na Shonen Jump), o amadurecimento da obra pode ser afetado por limitações da revista e/ou da editora. Foras isso, achei o fato do Senku ter contado o tempo exato que se passou enquanto estava petrificado levemente ridículo, mas considerando a natureza caricata do show, esse evento não irrita tanto agora.

Então... Hã, é isso! Recomendo, tá aprovado e se saindo bem. ¯\_(ツ)_/¯

Enen no Shouboutai


"A cidade de Tóquio está sendo atormentada por um fenômeno mortal: a combustão humana espontânea! Felizmente, uma equipe especial está lá para combater as chamas infernais: A Fire Force! Os soldados de fogo da Oitava Unidade da Brigada Especial estão prestes a receber um reforço de peso. Shinra Kusakabe, um garoto que possui o poder de correr na velocidade de um foguete, deixando para trás as famosas 'pegadas do diabo' (e destruindo seus sapatos no processo). Shinra e seus colegas são capazes de descobrir a origem dessa estranha epidemia antes que a cidade se torne cinzas?" Sinopse retirada de animeshouse.net.

Não curti. A proposta e a arte são muito boas (autor de Soul Eater, é claro que é bonito), a produção é de primeira, tomou decisões estéticas atraentes e tem ótimas cenas de ação, com direito a uma belíssima animação consistente e fluida, porém é cheio de diálogos expositivos. É impressionante que até para explicar as peculiaridades daquele universo os personagens fazem discursos altamente descritivos compartilhando informações para personagens que sabem ou que pelo menos deveriam saber delas. É quase uma quebra da quarta parede, parece que eles estão falando com o público e não entre eles, lamentável!! Isso nos leva à um detalhe que me incomodou ao final do terceiro capítulo, excesso de informações. Nele um dos personagens secundários revela ao protagonista diversos aspectos da fundação da organização ao qual eles prestam serviços. A questão é a seguinte: ELES VÃO USAR TUDO AQUILO AGORA? Me parecesse meio desnecessário, afinal enredos bons tendem a mostrar só o necessário para não sobrecarregar o público com conhecimento demais e garantir somente o entendimento do que ocorre no momento, revelando gradativamente o restante quando for preciso. Outra coisa irritante envolve os flashbacks anticlimáticos que aparecem aos poucos no primeiro episódio apresentando o background previsível do protagonista, isto é, considerando as pistas que foram dadas em momentos anteriores, ficou fácil de prever o que ocorreu com o moleque no passado só com o primeiro flashback, contudo o anime insistiu em criar um mini-suspense em cima da história do personagem! Uma pena, pois tinha um brecha para deixar o ocorrido deveras subjetivo e interpretativo, ainda mais considerando um aspecto particular do protagonista, que é seu sorriso amedrontador que ele demostra até quando está nervoso, o que faz os outros o enxergarem como um "demônio" (pelo que entendi). A progressão da história está trabalhando com tropes típicos de battle shounens: missões, grupo de vilões, rivais e competições/maratonas. Nenhum desses cenários, até agora, abordaram um adequado arco narrativo de personagem ou ao menos tentaram inciar um, apenas serviram para apresentar personagens e ficar expondo detalhes da lore que eu sinceramente não me importo ou que o show não conseguiu fazer eu me importar.

A única coisa realmente positiva, além das já citadas, é o elenco e... OLHA SÓ, também é uma esfera com problemas, que belezura! Ca-ham... Recuperando o foco. Várias figuras apresentam o mínimo de personalidade, ou seja, potencial para um bom aperfeiçoamento futuro, todavia ainda não dá pra tirar conclusões deste assunto, afinal pode ser que no fim eles sejam apenas rasos e/ou que não fogem de um padrão e o terceiro episódio só engrandeceu essa minha preocupação. Particularmente, tive problemas com aquela tsundere gatuna que, por algum motivo, é a única que decide andar vestida sem camisa e apenas com um sutiã, enquanto todo mundo usa trajes/uniformes adequados. Sério, não faz sentido, ela está lá só para gerar piadas de ecchi fracas, sem graça e clichês, onde o protagonista sem vergonha, que diz querer ser um herói, MOLESTA a personagem por algum motivo incompreensível e a história ainda espera que os expectadores se importem com um cara que toma atitudes repulsivas como essa! E ainda não terminei sobre a parte do ecchi. A personagem exibicionista, em certos momentos, reclama que os outros olhem para mesma com pensamentos pervertidos, sendo que ela optou por se vestir assim e IGNORAR A PROTEÇÃO QUE O UNIFORME GARANTE! Nada contra personagens femininas que mostram muita a pele, há ótimas heroínas por aí que usam roupas bem reveladoras, só que todas contém uma explicação para tal e que condiz com a proposta de seus devidos enredos. Yoko, de Gurren Lagann, não gosta de vestir-se daquele jeito, mas a roupa (ou falta dela), segundo suas palavras, lhe fornecem melhor mobilidade e agilidade, e Ryuko, de Kill la Kill, também não gosta, contudo sua roupa especial exige que a personagem revele seu corpo e também que não sinta vergonha disso para obter o poder total que ela possibilita, uma decisão que combina com a mensagem da obra e o estilo louco, ousado e propositalmente ridículo dela. O caso da menina de Enen no Shouboutai simplesmente não tem explicação! É estúpido!! É idiota!!! Nem quando tentei buscar alguma lógica por trás que pudesse justificar o fato dela usar só um sutiã na parte superior do corpo adiantou, porque, mesmo que a garota queira mais agilidade (tenha em mente que é apenas especulação, nada foi afirmado pela personagem), deveria haver um uniforme próprio para tal que atende este requisito, porém que forneça defesa contra perigos, afinal os trajes, teoricamente, oferecem proteção e segurança, algo que deveria ser a PRIORIDADE na profissão! Simplesmente tirar TUDO e ficar só com uma roupa íntima é uma decisão muito BURRA! E se a ausência de segurança não vai fazer diferença, DO QUE ADIANTA TODO MUNDO USAR UNIFORME??? POR QUE ELA É EXCEÇÃO???? POR ACASO É QUE NEM A QUIET DO MGSV QUE RESPIRA PELA PELE????? (bebendo um copo d'água) Ai, ai! Esse anime não tá tão quebrado, mas se triscar na rachadura desaba tudo...

Não recomendo esse fiasco. Achei bem pobre e lento, é cheio de idiotices, expositividade e com pouca originalidade na execução, podia ser melhor.

Vinland Saga


Não quero falar sobre, porque qualquer coisinha pode ser considerada spoiler, ainda mais por se tratar de um anime sobre história onde o protagonista é uma figura histórica que viveu no século XI D.C. e se você pesquisar por contextualização ou até pela sinopse da obra, é capaz de obter informações demais que podem estragar a experiência. Não sei se isso tudo é verdade, porém não gostaria de arriscar... Mas já digo que a qualidade da animação e das cenas de ação é de primeira, não esperava menos do Wit Studio! O plot é uma das coisas mais interessantes e inconvencionais que já desde um bom tempo e ele opta por realizar uma representação muito realista do povo Viking, algo que pode ser visto até na forma como as batalhas são mostradas, há praticamente ZERO de fantasia aqui!! É simplesmente o melhor da temporada e ainda tem a melhor Opening e a melhor Ending:




Toaru Kagaku no Accelerator


Quem fuça meu perfil do My Anime List sabe que eu DETESTEI Toaru Majustu no Index III!!! J.C.Staff decidiu que iria arruinar não só One Punch Man 2nd Season, mas praticamente 95% de suas novas produções e infelizmente essa série foi mais uma vítima desse esquema... Toaru Kagaku no Accelerator, um spin-off da franquia, segue os mesmos padrões de "mal-feitisse": enquadramentos com ângulos que confundem o senso de perspectiva e espaço, quadros estáticos, pouca fluidez, fluidez robótica (que, ao menos, deveria manter a consistência, só que nem isso acontece e os modelos ficam zoados até nessas partes), animações e efeitos extremamente preguiçosos, e o character design, cujo estilo tradicional consistia de uma arte consideravelmente detalhada, ficou simplista demais!! É magnífico como cada cena nunca consegue ser ao menos tolerável e o máximo que obtemos são cenas duvidosa, isto é, falo dos momento onde personagens usam, fora de tela, poderes e realizam feitos incomuns para alcançar algum objetivo. Por um lado é compreensível, afinal eles devem estar reservando tempo, esforço e dinheiro para os melhores trechos, por outro o pensamento "Nem isso eles estão fazendo direito?!" passa pela cabeça, ainda mais quando lembramos que o estúdio responsável está exibindo outros TRÊS TÍTULOS nesta mesma temporada!!!! Que eu saiba, só estúdios fracos, como a Toei Animation, tomam este tipo de atitude com suas séries de TV animadas! Para um anime estático, como um slice of life descompromissado e leve, essas exigências são meio desnecessárias, contudo uma série cheia de ação, movimento e duelos marciais e/ou com super-poderes, tipo Enen no Shouboutai e o próprio Kagaku no Accelerator, uma boa animação fluida e consistente é fundamental.

"Mas Bill, e a história?" Ah, é, já ia me esquecendo. Bem, tenho algumas considerações a fazer sobre ela, porém não sei se conseguirei abordar uma quantidade boa de detalhes, então... Err, vou tentar dar o meu melhor! Um ponto positivo desse spin-off é que o único requisito para poder consumi-lo baseia-se em assistir a primeira temporada de Index, a segunda temporada pode oferecer um pouco mais de contextualização, no entanto não é tão necessária quanto assistir somente a primeira, as demais seasons e spin-offs (embora não tenha consumido nenhum dessa última categoria citada, então peço perdão se eu estiver errado, mas acredito que não é esse o caso) são opcionais para aproveitar este anime! A obra, até momento, está seguindo um fluxo de progressão aceitável, ao contrário de Toaru Majutsu no Index III que parecia extremamente rushado e bagunçado, e os conflitos da trama são minimalistas também, visto que concentram-se em intrigas do sub-mundo da Cidade Acadêmica, diferente de Index III (novamente fazendo comparações com a série principal) que trabalhava com conflitos internacionais, guerras mundiais e uma escala de perigo/ameaça global, além de arcos de personagens totalmente sem-graça e repetitivos que era um inferno, HA-MA-ZU-RA! E por último, no entanto não menos importante, é uma série inteira dedicada ao Accelerator!!! Readers reaction. Um personagem que gosto pra caramba, tirando os momentos em que ele fica gritando e rindo insanamente por motivo nenhum, eu gosto do conceito do super-poder dele, do quão apelão é naquele universo e sua personalidade sociopata. Ele não apenas destrói e mata tudo, é uma figura que estudou bem a capacidade de suas habilidades, aplica ela de forma criativa (indo de coisas mundanas até diferentes formas lutar ou executar suas vítimas) e é um sujeito capaz de sentir empatia por uma loli pateta e irritante, o que prova de vez que o personagem é um lolicon, isso é GENIAL!!!!!

Bem, é difícil recomendar esse troço. Uma parte minha diz que sim, se você já assistiu os outros animes da série, principalmente a primeira temporada, mas não crie grandes expectativas, espere uma versão menos pior de Toaru Majutsu no Index III. Minha outra parte diz: ficou de saco cheio de TUDO o que viu anteriormente, principalmente a última season da série principal?! Então pegar um martelo de carpinteiro, apontar em direção à própria virilha e bater com o lado pontudo nas próprias bolas não parece uma decisão tão diferente do que a de continuar acompanhando, né non?!

Karakai Jouzu no Takagi-san 2


Não tenho muito o que falar deste, então serei breve. É a continuação da primeira temporada, logo é o mesmo de sempre. Pra quem é ignorante quanto a qualquer coisa dela, o show mostra a vida diária do estudante do fundamental Nishikata que é sempre provocado e sacaneado pela colega Takagi que, claramente, gosta dele. Mas Nishikata é muito rancoroso quanto às provocações e constantemente busca dar o troco em Takagi e vê-la envergonhada um dia, a desfiando diversas vezes com enigmas, pegadinhas, desafios e jogos. Porém Takagi sempre vence e Nishikata sempre perde. É um sistema narrativo muito similar à desenhos animados como Tom & Jerry e pode funcionar muito bem, caso a comédia e os conflitos compensem o desfecho previsível, que não é o caso de Takagi-san... Não me entendam mal, eu gosto do show, ele é gostoso de assistir e relaxante por ter um humor mais leve e típico de slice of life, sem contar que o casal principal é adorável pra caramba. Entretanto certas piadas soam infantis e inocentes demais, principalmente com aquelas três colegas, que são figuras secundárias da trama, e alguns resultados de confrontos e piadas simplesmente não compensam o final previsível, em alguns casos funciona, mas na maioria das vezes não e isso é um problema, pois é possível especular como certas batalhas vão ser concluídas e diversas suposições se concretizam. A propósito, no meu review de Kaguya-sama: Love is War eu disse que o título era um Takagi-san evoluído, logo Takagi-san é um Kaguya-sama inferior. O maior pecado de Karakai Jouzu no Takagi-san é ser previsível! :/

E só para finalizar, a melhor provocação da Takagi nem aconteceu no anime, ocorreu num comercial que anuncia o mangá spin-off da franquia:


E está legendado! \o/

Dumbbell Nan Kilo Moteru?


Começou bem, a direção é estilosa e passa uma sensação de coesão estética/visual agradável. O modo como arranjam um espaço para encaixar dicas e conselhos de saúde física na trama é deveras sábio. Considerando a natureza expositiva da direção, porém breve, charmosa e levemente extravagante, a demonstração de orientações e avisos do assunto não parecem tão deslocadas, ainda mais se considerarmos que são apresentadas com excentricidade e humor seguindo os padrões citados, como a primeira lição do treinador Machio que assemelha-se a um vídeo tutorial de fitness e musculatura. Fora isto, a protagonista é um novata no meio e ainda não demonstrou ter grande determinação em continuar com a atividade, chegando até a dizer que só não parou pelo fato da taxa de adesão na academia cobrir um determinado tempo que a mesma aproveitará até o fim, logo as instruções possuem um outro propósito além de "educar" o público e envolve o auxílio necessário para a personagem não sentir-se desorientada no meio do processo. No entanto a obra exagera às vezes na expositividade e não bastando colocar a personagem principal em monólogos expositivos, de vez em quando um narrador sem muita presença aparece do nada para explicar certas coisas, o que é meio decepcionante, porque cenários como esse poderiam ser resolvidos através de um aproveitamento mais rico do estilo visual estabelecido e com atuação de algum personagem principal narrando o trecho, encaixaria melhor.

Adorei as personagens, fogem um pouquinho do padrão, mesmo cometendo uns deslizes no meio. O character design delas é um tanto quanto singular comparando com outros animes moe/slice of life da atual temporada, o que contribui para se destacarem das demais. A protagonista, Hibiki, não é apenas uma gyaru qualquer, ela tem mania de comer bastante e é uma peculiaridade que entra em conflito com a vontade da menina de querer emagrecer. São boas individualidades, a tornam um pouco mais única. Entretanto as motivações para tal não vão muito além de estética ou querer atrair a atenção de garotos e ela só aceitou inscrever-se na academia por sentir atração pelo treinador... Ao menos o desgosto dela por músculos contribuiu para a construção de uma identidade mais singular, ou seja, sua persona não é limitada a apenas achar um par romântico atraente sem muitos critérios pessoais, algo que estou de saco cheio de ver após presenciar em inúmeras comédia românticas. A amiga da Hibiki, Akemi, por outro lado, segue um problema similar, contudo possui uma característica divertida e contém o propósito mais distinto dentre as garotas principais. É a típica ojou-sama, inteligente, atlética, perfeita que vem de uma família zilhonária, mas também possui fetiche por músculos e é extremamente empolgada com exercícios físicos. Apesar de ser o tipo de personagem que adoro (tarada ou tarada por um fetiche exótico e um pouco extrovertida em certas ocasiões), seus desejos aparentemente lascivos me deixaram preocupado, pois já é a segunda personagem feminina com interesses claros no sexo oposto (com intenções e pensamentos assanhados, não necessariamente envolvendo sexo), não que isso seja ruim, todavia a Hibiki já demonstrou ser esse tipo de figura (mesmo que em intensidade menor nesse aspecto) e eu gostaria de ver mais diversificação nesta esfera. Pelo menos Akemi se enquadra numa variação mais tolerável e que pessoalmente adoro, sem contar que seus interesses por músculos ao que parece vieram da irmã dela, a admiração por corpos sarados não se limita apenas aos homens e até o momento em que estou assistindo ela não demonstrou estar buscando por um parceiro, o que é aliviante. Daqui pra frente espero ver personagens mais distintas e com backgrounds mais distintos, como uma que é mais focada em artes marciais para entrar no campo esportivo (aquela amiga da Hibiki não conta tanto, até onde se sabe, ela tem talento na área, mas não tem grandes objetivos nela e assim como as outras só quer ser paquerada, o mesmo vale pra sensei delas...), ou outra que busca ser guarda-costas e por isso treina o corpo ou até uma que deseja entrar no exército... Enfim, apenas jogando algumas ideias que acredito que sejam legais de desenvolver nesse anime!

As piadas são boas, no primeiro episódio teve algumas previsíveis (em parte por aparecerem na abertura), mas ainda divertidas. O Machio (vulgo treinador Genéri-kun dessa temporada) com o rosto colado no corpo do Hulk foi simplesmente genial, só que seria melhor se escondessem isso até a revelação oficial, quero dizer, custaria guardar a dupla surpresa (o fato dele ser bombado e esse ser na verdade o motivo de Akemi ter sido atraída pelo mesmo) e colocar a abertura no final somente nesse primeiro episódio?! O estilo de arte é agradável, os modelos dos personagens são belos, consistentes e detalhados, o cenários são bonitos e combinam com a arte das figuras. Os traços cômicos vão desde adoráveis até hilários, com direito à distorções, efeitos e montagens engraçadas por si só e que a direção toma o devido cuidado de apresentá-las adequadamente ou de um jeito que as torne ainda mais divertidas. De modo geral, "Dumbbell Nan Kilo Moteru?" se saiu muito bem nos primeiros episódios. A produção é caprichada, a expositividade incomoda em determinados momentos, mas não abusa e ainda utiliza de um jeito interessante em maior parte. Os personagens são legais, divertidos e interessantes, embora as garotas corram o risco de caírem na armadilha dos tropes/clichês/estereótipos de comédia românticas ou ecchi, as piadas são ótimas e é visualmente charmoso. Estou esperançoso para esta série.

Araburu Kisetsu no Otome-domo yo



"Na história, acompanhamos um clube de literatura formado por algumas garotas. Certo dia, em busca de deixar o clima mais descontraído, uma das garotas pergunta “o que vocês querem fazer antes de morrer?”. Outra delas deixa escapar apenas a palavra “sexo”. Apesar de não saberem, essa única palavra mudaria o rumo da suas vidas por uma jornada de descoberta cercada de sentimentos bons e ruins em direção à vida adulta.". Sinopse retirada de myanimelist.net, adaptada.

Sinceramente, achava que ia ser algo zoado sobre garotas falando e se envolvendo com coisas pervertidas, tipo Midara na Ao-chan wa Benkyou ga Dekinai, um anime ecchi medíocre da temporada passada, só que a obra tem um roteiro e personagens bem escritos sobre garotas que amam literatura tentando manter seu clube ativo, mas que tem suas vidas ficando cada vez mais agitadas por conta do assunto "sexo". E a maneira como o assunto está sendo abordado e explorado na trama é deveras sábio, pois ao invés de concentrar-se em ficar discutindo detalhes específicos que soam grosseiros/vulgares e tentar encarar tudo como brecha para construir piadinhas sem graça, referências de duplo sentido ou simples fanservice que agrada somente o público masculino, Araburu Kisetsu no Otome-domo yo expõe a visão de diferentes garotas tentando compreender melhor certas emoções espontâneas que surgem ao se pensar em relações sexuais, assim como a tentativa de entender essa questão através da lógica e tendo o psicológico constantemente perturbado por reflexões sobre tópicos que antes eram enxergados de um modo e que agora são visto por uma visão ignorante e confusa sobre relacionamentos carnais. A ideia é deveras curiosa, ainda por estar desenvolvendo-a expondo um ponto de vista feminino acerca do tema. Porém é importante ressaltar que é uma história que se passa no Japão, uma nação que trata a discussão do assunto entre jovens como um grande tabu, portanto certos detalhes podem soar mais dramáticos que o necessário.

E talvez ter noção desse detalhe até torne a experiência mais completa e deixe a mensagem mais clara: por mais que seja difícil de dialogar sobre sexo e por mais que soe nojento e vergonhoso, a abordagem dele é inevitável, afinal não se resume somente ao ato de penetrar ou algo que se equivale à masturbação, é uma atividade coletiva em que duas pessoas, praticamente com visões de mundo opostas, chegam a um consenso espiritual e carnal para obterem prazer. E palavras não são o suficiente para explicar essa questão adequadamente, o mesmo vale para a minha análise. A série expõe esse pensamento através do ponto de vista feminino, como citado anteriormente, e cada garota do grupo principal possui uma opinião prévia do tema, com diferentes desejos e propósitos inclusos, e pelo que deu pra entender em três episódios, aparentemente tudo isso será desconstruído com o avançar da trama. Eu achei bem interessante também por várias das piadas pervertidas não prenderem-se aos clichês e estereótipos infames do gênero que muitas vezes somente abordam o lado masculino do assunto, é uma experiência realmente interessante. Sobre aspectos técnicos, plot tem umas reviravoltas muito boas, a direção transmite e reforça muito bem suas ideais por meio das fotografias, das rimas visuais e enquadramentos inteligentíssimos. A arte é muito bela, os traços possuem um certo nível de identidade própria e cada garota é bem diferente da outra... Ah, e o curioso é que o character design delas é também um reflexo de suas devidas personalidades, inclusive foi um dos detalhes trabalhados no último capítulo! É um anime bem estático, todavia há alguns momentos específicos com mais fluidez e essas cenas fazem um bom trabalho nessa área.

Não é um anime para todos e talvez esta série nem consiga fazer sucesso por aqui, mas com certeza um título para ser notado e lembrado pelo que propõe. Recomendo para quem não possui problema com a discussão acerca do assunto, assim como senso e noção do que este anime quer dizer e onde ele é ambientado.

Tsuujou Kougeki ga Zentai Kougeki de Ni-kai Kougeki no Okaasan wa Suki Desu ka? & Knuckles


Após preencher os dados de uma pesquisa aleatória e responder algumas questões dela, Masato se envolveu num projeto do governo que o colocou dentro de um videogame online, ou melhor, um mundo de fantasia estilo isekai sob regras de um MMORPG, característica essa vista em um monte de outros animes como Konosuba e Overlord, que são misturas de isekai com SAO like. A única diferença é que sua MÃE foi junto na aventura e há muitas piadas, trocadilhos e referências sobre maternidade... E por algum motivo a mãe do protagonista é muito apelona naquele mundo! Sobre essa personagem, tenho algo a dizer: sua natureza dócil, gentil e, digamos, inocente quanto ao modo que o lugar funciona gera momentos cômicos que são, além de divertidos, muito interessantes por exibir o contraste entre decisões comuns de designs de games da atual geração e a lógica questionadora de uma pessoa mais velha que viveu numa época onde os jogos eletrônicos da época hoje são considerados retrô. Uma pena que este último ponto não está sendo tão explorado assim nos episódios mais recentes.

Analisando de forma geral, fiquei meio dividido nesse. Por um lado adorei o senso de humor do anime, a ideia primordial é boa, as piadas de comédia absurda se encaixam bem e ele brinca até com os efeitos sonoros. Por outro tem gags/situações bem constrangedoras sobre incesto, as cenas de fanservice (calcinhas, especificamente) são desnecessárias pra caramba, o design dos personagens é bem sem-sal e o protagonista é muito grosso, na verdade um puta dum ingrato com sua carinhosa mãe, ele até a faz chorar usando palavras bastante cruéis!! Eu nunca me perdoaria se fizesse isso com minha mãezinha!!! Ele magoa ela demais por conta de desejos estúpidos e mesquinhos, o pior é que esse verme se desculpa com a mãe e até perde perdão, no entanto repete o mesmo erro múltiplas vezes!!! Realmente detestei o personagem principal, pelo menos ele tem chance de ficar menos imprestável, ainda mais pelo fato da obra encarar a atitude dele realmente como errada, quero dizer, os demais personagens constantemente reprovam as ações do Masato e no fim os dois fazem as pazes (apesar de eu achar que não era necessário a mãe do sujeito pedir desculpas, devia ser o contrário). Por tocar no assunto de decisões e posicionamentos, o show reserva alguns momentos criando suspenses em cima de mistérios com revelações óbvias, como a da mãe da garota ruiva, o assunto trabalhado em cima deste conflito é até intrigante, contudo a execução é bem cafona e entediante.

Apesar dessas várias ressalvas, até que fiquei entretido com os três primeiros episódios. Por mais que o design seja carente de singularidade, devo admitir que os traços se destacam um pouco e a ideia da premissa é boa demais para ser desperdiçada. Vou continuar, tem chance de melhorar.

Comentários